Professores de ensino médio nos Estados Unidos estão se manifestando contra mudanças no currículo que eliminariam o ensino de história antes da colonização da América. Segundo eles, a mudança levaria para a sala de aula uma perspectiva “eurocêntrica”.
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As alterações propõem que o ensino de História em disciplinas avançadas de ensino médio comece a partir de 1450, período de descobrimento da América. Isso eliminaria o ensino de tópicos relacionados a civilizações indígenas e africanas. O novo currículo deve entrar em vigência a partir do ano letivo de 2019.
A mudança foi feita pelo The College Board, entidade responsável pela organização das disciplinas avançadas ofertadas no ensino médio no país. Segundo a entidade, a mudança ocorrerá porque o currículo atual é muito abrangente. A decisão gerou controvérsia entre os professores, que começaram um abaixo-assinado contra a retirada da história pré-colonial do currículo escolar.
“A disciplina avançada de História Mundial abrange, em 2018, 10.000 anos de história humana desde as Américas até a Europa, o Leste da Ásia e outros lugares. A disciplina é exigente para os alunos, mas também é uma das matérias mais gratificantes e transformadoras que eu já tive o privilégio de fazer”, diz o abaixo-assinado, que tem mais de dez mil assinaturas. “CollegeBoard, nós, estudantes e professores, pedimos que vocês consertem esse erro vital”, continua.
Após a manifestação dos professores, o vice-presidente do The College Board, Trevor Packer, disse que a organização poderá reconsiderar a decisão.
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“Uma compreensão realista e pragmática do conteúdo que pode ser efetivamente ensinado e aprendido em uma única aula é essencial para planejar uma disciplina avançada de História Mundial, que realmente ajudará alunos a desenvolver a capacidade de analisar fontes históricas e escrever trabalhos baseados em evidências – as habilidades mais valorizadas pelas faculdades que procuram colocar alunos dentro de seus departamentos”, justificou Packer.