Um estudante de Design da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apresentou como Trabalho de Conclusão de Curso uma nova tecnologia que pode melhorar a autonomia e efetividade no tratamento de doenças crônicas.
O projeto desenvolvido por Rafael Torres consiste em um dispensador com opção para programar dias e horários de cada medicamento, além de controlar a dosagem, para o paciente.
“Antes de surgir a ideia do dispensador, eu tinha o interesse de atender a demanda da terceira idade. Isso veio de uma vontade pessoal: enxergava em meus pais e avós uma dificuldade em se relacionar com a terceira idade”, conta Rafael.
O equipamento é formado por uma bandeja superior onde o usuário prepara as doses de medicamentos para a semana, com sete espaços para armazenar os comprimidos em quantidade suficiente para todas as doses da semana. Ao programar os horários de cada dose, o equipamento soa um alarme, acende uma luz e dispensa as doses certas nos horários marcados.
Todas as fases de uso do dispensador, desde a programação semanal até a coleta das doses, foram pensadas para serem feitas pelo idoso com autonomia - para aqueles com menos autonomia, porém, a programação pode ser feita por outros usuários, como filhos, cuidadores ou farmacêuticos.
“Tentou-se deixar o produto com uma usabilidade muito grande, mas existem diferentes níveis de usuários, uns mais independentes e outros mais dependentes da família. Ainda assim, o produto atende a esses dois casos”, ressalta Rafael.
Histórico
A ideia para o projeto começou ao observar que os pais e avós tinham dificuldades para gerenciar os medicamentos: a variedade de remédios, doses, dias e horários pode sobrecarregar o cotidiano do paciente.
“Analisando não só a minha família, mas um público mais amplo, notei que a tarefa de organizar os medicamentos – e o próprio uso deles – incomodava um pouco”, explica.
Rafael então passou para as próximas fases do projeto: analisar as alternativas que já são utilizadas pelos usuários, como caixinhas para guardar comprimidos e aplicativos de administração de medicamentos. Com base nessas informações, o Projeto Vivida começou a ser desenvolvido. Agora, Rafael busca financiamento coletivo para inserir o produto no mercado.
“Esse financiamento coletivo que está no Catarse está sendo usado para apresentar o produto em algumas feiras hospitalares que acontecem no Brasil todo. A ideia é levá-lo a esses eventos em busca de investidores, para que possam viabilizá-lo; por ser um produto eletrônico, não é algo tão simples de ser desenvolvido”, diz.
Para lançar o produto no mercado, Rafael já conversas com empresas interessadas no potencial do dispensador.
“Elas se interessaram pelo produto, viram que ele atende a uma necessidade de mercado muito grande”, destaca. “Tenho a expectativa de que entre um ano e um ano e meio, tenhamos as primeiras unidades à disposição para que as pessoas possam comprar e ter uma melhor adesão aos seus tratamentos”, conclui.