Os estudantes poderão escolher a área em que serão avaliados no segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2021, segundo anunciou Rossieli Soares, ministro da Educação, nesta terça-feira (20). As mudanças no exame estão sendo estudadas em função da reforma do Ensino Médio.
As mudanças do Enem estão previstas nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais do ensino médio, homologadas nesta terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC).
A reestruturação do médio, aprovada em 2017, prevê que 40% da carga horária dessa etapa do ensino seja flexível, com aprofundamento de estudos em áreas específicas optativas, que poderá ser em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. Os outros 60% são para os conteúdos comuns, como Matemática e Linguagens - os conteúdos a serem desenvolvidos nessa parte ainda estão em discussão, pela chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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Segundo o ministro, o Enem seguirá o mesmo modelo. No primeiro dia de prova, serão cobrados os conteúdos previstos na parte comum a todos os estudantes. No segundo dia, o estudante será avaliado de acordo com o a área de estudo escolhida. “Como mudar o ensino médio e não mudar o Enem? O exame precisa mudar, refletindo o que está sendo feito na educação. O itinerário não é só aprofundamento, é preciso fazer uma avaliação desses itinerários”, diz Soares.
O ministro explicou que as mudanças no exame não são imediatas, pois ainda dependem da aprovação da BNCC, que está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). A previsão é de que o documento seja aprovado ainda este ano. “Precisamos ter a base para definir como será o novo formato da prova e então iremos produzir um novo banco de itens [de onde saem as questões usadas no Enem]. Essa mudança ainda deve demorar de dois ou três anos para ser efetivada”, diz.
Ensino médio a distância
O MEC também confirmou a homologação de novas diretrizes para o ensino médio, que permitem que se faça até 30% do ensino médio a distância.
De acordo com o texto aprovado no início de novembro, em cursos diurnos de ensino médio o aluno poderá fazer até 20% das horas obrigatórias a distância. No noturno, o percentual chega a 30% e na modalidade de EJA (Educação para Jovens e Adultos), focada naqueles que não se formaram, pula para 80%.
“É opcional. Dependerá da aprovação do conselho estadual de cada um dos estados”, afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares.
O governo Temer tentou em 2017 abrir a possibilidade do ensino a distância no ensino fundamental (de 6 a 14 anos), mas voltou atrás. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já defendeu a ideia de levar a educação a distância para alunos mais novos como forma de “combater o marxismo”.
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