Estudar sobre o mosquito Aedes aegypti e as ocorrências de dengue, zika e chikungunya pelo mundo tem sido tarefa obrigatória de estudantes brasileiros. Para tornar o aprendizado mais interessante, escolas no Brasil fizeram um pouco mais do que simplesmente levar os alunos a casas da redondeza para verificar a presença de areia nos pratinhos de plantas. Instituições como o Colégio Sesi Palmas aproveitaram o cenário para ensinar disciplinas como química orgânica de forma diferente.
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Leia a matéria completaNo Sesi Palmas, na hora de encarar a química orgânica, por exemplo, os estudantes se debruçaram sobe as fórmulas estruturais dos princípios ativos dos repelentes. Então, a turma toda foi dividida em grupos e cada um deles pesquisou e criou soluções caseiras de repelentes contra o inseto. Entre hortelã, alecrim, cravo e citronela, saíram produtos como velas repelentes e loções, criados de maneira autônoma pelos estudantes. Confira uma das receitas criadas.
O professor Gilson Godoi Muller coordenou a pesquisa dos repelentes, reforçando a postura investigativa e o trabalho em equipe. “O lúdico é muito trabalhado nessas atividades e isso auxilia muito no aprendizado em sala. Ao buscar soluções, como foi neste trabalho com o repelente, eles se sentem mais interessados. Ficaram deslumbrados ao perceber que foram eles que descobriram as substâncias”, conta. Pela frente, novos desafios. Estão programadas seis outras oficinas com temáticas diferentes, envolvendo troca entre disciplinas e contato com a comunidade.
Para Maria Vitória Morais Schneider, 16 anos, estudante do 3º. ano do Ensino Médio, aulas práticas como essas fazem com que o aluno se interesse mais pela matéria. “Foi muito gratificante aprender a fazer algo em prol do combate de uma doença que está afetando todo o Brasil. Em vez de ficar só ouvindo a matéria em sala de aula, pesquisamos plantas, os efeitos que elas tinham e os insetos que elas afastavam, até chegar à substância repelente que agradou a todos.” A estudante, que pretende seguir carreira na área de Química, também ressalta ter adorado a experiência de se ver envolvidas em práticas de laboratório. “Pude vivenciar e ter uma boa visão do que vou encarar durante os cinco anos de faculdade e depois pelo resto da vida profissional”, afirma.
*** Confira uma das receitas criadas pelos estudantes:
Ingredientes:
Um vidro de óleo corporal neutro (200 ml)
10 gotas de óleo essencial de citronela (comprado pronto)
Ou
Para extrair o óleo da citronela:
1 maço de citronela (planta)
500 ml de álcool 70%
500 ml de água
1 frasco para armazenamento
Modo de preparo:
Com o óleo de citronela comprado pronto, deve-se apenas misturar com o óleo corporal e começar a utilização logo em seguida. Caso seja feita a extração do óleo direto da planta, é necessário colocar em um frasco a citronela picada, a água e o álcool. Vede bem o recipiente e guarde a mistura sem o contato com ar e luz.
A solução deve ficar guardada por 15 dias – a cada dois dias, deve-se agitar a solução, para que o óleo essencial da planta comece a ser liberado. Depois desse período, a mistura ficará com uma cor verde viva, e cheiro característico da planta.
Com o óleo pronto, o procedimento é o mesmo do produto comprado: misturar cerca de 10 gotas em 200 ml do óleo neutro para corpo.
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