Em dez anos, matrículas para graduação a distância cresceram 192,4% contra 20,3% na modalidade presencial| Foto: Unsplash/Reprodução
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Dados do Censo da Educação Superior 2019 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) registram que o número de estudantes universitários matriculados na modalidade de educação a distância ultrapassou a marca de 2,45 milhões e totaliza 28,5% do total de matrículas de graduação.

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O número representa um aumento de 19,1% na comparação com 2018 e confirma uma forte tendência de crescimento da modalidade – entre 2009 e 2019, as matrículas para graduação a distância aumentaram 192,4%, enquanto na modalidade presencial o crescimento foi de 20,3% no mesmo período. Na atual edição do estudo, as matrículas em cursos de graduação presencial diminuíram 3,8% entre 2018 e 2019.

Sobre a quantidade de novos ingressantes no ensino superior em 2019, o crescimento nesse número também só foi possível com a contribuição da modalidade a distância. Enquanto esta apresentou variação positiva com relação ao ano anterior, os ingressos em cursos presenciais tiveram redução de -1,5%.

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Ao analisar a variação de ingressantes no EaD na última década, o número de novos estudantes aumentou 378,9% nos cursos a distância; já os presenciais tiveram crescimento de 17,8%.

Cursos tecnólogos tem maior alta em 2019

Entre os três graus acadêmicos (bacharelado, licenciatura e tecnólogo), os cursos tecnólogos, que são menos extensos e mais voltados à prática das profissões, obtiveram a maior taxa de crescimento no número de ingressantes, com 14,1%. Ao mesmo tempo, o aumento no número de ingressantes no grau de bacharelado foi de 3,1%, e os cursos de licenciatura registraram alta de 3,5%.

No período de 2009 a 2019, o grau tecnológico registrou o maior crescimento em termos percentuais: 132,5%. Mesmo com a alta, os cursos de bacharelado continuam concentrando a maioria dos estudantes da educação superior: há, atualmente, 5,6 milhões de matriculados em cursos de bacharelado; 1,7 milhão em licenciatura e 1,2 milhão em tecnólogos.

Maioria dos universitários estuda em instituições privadas

Entre os 8,6 milhões de alunos matriculados no ensino superior, as instituições privadas abrigaram 6,5 milhões (75,8%) desses estudantes. Já as instituições públicas somam 2,1 milhões (24,2%).

As instituições de ensino superior se dividem em universidades, faculdades, centros universitários e institutos federais/CEFETs. No Brasil, a rede privada corresponde a 88,4% do total instituições de ensino superior, sendo responsável por 2.306 delas. A rede pública, que compreende as esferas federais, estaduais e municipais, somam 302 instituições.

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Sobre o Censo da Educação Superior 2019

  • O estudo, realizado anualmente, é a principal ferramenta de análise das instituições de ensino superior. Essa coleta tem como objetivo apresentar informações detalhadas sobre o cenário atual do setor, bem como identificar tendências.
  • No Brasil, há 8,6 milhões de estudantes universitários distribuídos em 2,6 mil instituições públicas e privadas. Desses, os matriculados em cursos presenciais somam 6,15 milhões (71,5% do total); na modalidade a distância, são 2,45 milhões de estudantes (28,5%).
  • Apesar de haver apenas 198 universidades no país, elas possuem 52,2% do total de matrículas de graduação. As faculdades, que somam 2.706 instituições, possuem 19,% das matrículas.
  • Em 2019 foram ofertados 40.427 cursos de graduação em todo o Brasil.
  • Em relação ao número de estudantes matriculados, o sexo feminino predomina tanto na modalidade presencial quando a distância.
  • Entre 2009 e 2019, as matrículas na educação superior tiveram um aumento de 43,7%, com média de crescimento anual de 3,6%.
  • Em 2019, havia 386 mil docentes na educação superior: desses, 176 mil estavam alocados na rede pública e 210 mil na rede privada.