No último sábado (22), um grupo de estudantes conservadores do Distrito Federal se reuniu para afirmar que a "União Nacional dos Estudantes (UNE) não os representa". O manifesto foi lançado no 1º Encontro Estudantil do movimento Direita DF, que contou com a presença do assessor internacional de Jair Bolsonaro (PSL), Filipe Martins, a Deputada Federal Bia Kicis (PSL-DF) e o fundador do projeto Escola sem Partido, Miguel Nagib.
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"Denunciamos a UNE como mais um tentáculo de força política promotora não só da nefasta ideologia socialista e do projeto de poder latino, mas também de todo o criminoso conjunto de agendas de controle sócio-comportamental e cognitivo totalitário", diz o manifesto.
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A UNE, movimento que diz representar todos os estudantes do país, apoia a ditadura do venezuelano Nicolás Maduro e é suspeita de utilizar de forma "desordeira" os recursos públicos que recebe (compra de bebidas alcoólicas, búzios e velas).
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Por esse e outros motivos, o Direta DF também afirma que tudo o que a união "fez ao longo de sua existência está relacionado a interesses, revolucionários, subversivos". "A UNE não pode mais ser vista como uma entidade comprometida com a educação, cultura, e congêneres. Antes, deve ser denunciada como inimiga da ciência, dos pesquisadores e dos verdadeiros estudantes", denuncia o grupo.
Aulas de filosofia clássica
Além do lançamento do manifesto, o evento promoveu palestras que abordaram desde a questão da doutrinação em sala de aula à importância da reforma da previdência.
"O foco era atrair os jovens para debater o tema de forma mais descontraída", conta Evandro Araújo, coordenador geral do Direita DF. "E, apesar de sermos estudantes, a UNE não nos representa".
Ao todo, cerca de 120 alunos da UnB (Universidade de Brasília) e estudantes da rede pública do Distrito Federal participaram do evento.
Nos próximos meses, o Direita DF pretende realizar outros encontros e rodas para discutir, por exemplo, filosofia clássica. "Vamos abordar filósofos alinhados à esquerda também, mas queremos apresentar esses conteúdos de forma menos deturpada, como a universidade tem feito", conclui Araújo.
*Leia o manifesto dos estudantes:
A União Nacional dos Estudantes (UNE) é um dos exemplos maiores de instituição criada sob pretextos absolutamente falsos, e tudo o que fez ao longo de sua existência está relacionado a interesses, revolucionários, subversivos. Logo, tal entidade, é incongruente, uma vez que não representa os estudantes na totalidade.
Hoje, 22 de junho de 2019, denunciamos a UNE como mais um tentáculo de força política promotora não só da nefasta ideologia socialista e do projeto de poder latino, mas também de todo o criminoso conjunto de agendas de controle sócio-comportamental e cognitivo totalitário.
A UNE não pode mais ser vista como uma entidade comprometida com a educação, cultura, e congêneres. Antes, deve ser denunciada como inimiga da ciência, dos pesquisadores e dos verdadeiros estudantes.
A UNE já se mostrou, inúmeras vezes, contrária à educação baseada em princípios e valores universais, esforços intelectuais em temas e questões fundamentais para o surgimento de soluções definitivas para problemas historicamente presentes no Brasil. Problemas e dificuldades que impedem o real progresso na qualidade de vida do nosso povo, sobretudo dos menos favorecidos.
Não apoiamos ditaduras como a da Venezuela! Não aceitamos que a sala de aula seja usada para fins políticos-partidários. Desejamos que a alta cultura e a educação de base sejam prioritárias para combater o analfabetismo funcional que se espalhou no Brasil.
Queremos o fim do endeusamento de Paulo Freire, atual patrono analfabetismo do analfabetismo.
A UNE NÃO NOS
REPRESENTA!