* Atualizada às 17h49, de 19 de agosto de 2019.
Professores e alunos impediram, nesta segunda-feira (19), que o interventor Maurício Aires Vieira, nomeado pelo Ministério da Educação (MEC), assumisse a Direção-Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro. Posicionados em frente à sala designada para o cargo, os alunos gritavam “Fora, interventor!”. Com a confusão, Aires Vieira teve de ser escoltado até a saída do CEFET-RJ. Veja vídeo:
Procurado, o MEC reafirmou que a designação de um diretor em caráter "pro tempore", provisório, é legalmente prevista e foi motivada "pelo término do mandato de diretor-geral". Além disso, a pasta disse ainda que "não houve a conclusão da análise do processo eleitoral daquela instituição, realizado no final de abril passado" e que a nomeação de um diretor provisório não constitui "ruptura do processo democrático e da autonomia institucional".
Sabe-se que a escolha temporária de Aires Vieira se deu após um dos candidatos à Diretoria, Sérgio Roberto de Araújo, apresentar um recurso pedindo o impedimento do candidato vencedor das "eleições" junto à comunidade acadêmica, Maurício Saldanha Motta, que era vice do antigo diretor-geral da instituição, Carlos Henrique Figueiredo Alves.
O documento do recurso que está sendo analisado pelo MEC afirma que Maurício Motta teria utilizado, direta ou indiretamente, bens do Cefet-RJ para desenvolver sua campanha para diretor-geral. Um funcionário do Departamento de Registros Acadêmicos, por exemplo, teria utilizado o e-mail do setor para enviar mensagem a alunos de ensino médio e graduação pedindo votos para Motta, no dia 25 de abril. O texto do e-mail era o seguinte:
"Boa tarde, hoje até às 20 horas e amanhã dia 26/04 de 8 às 12 horas o CEFET-RJ passa por um momento muito importante e sua participação é fundamental e para que possamos continuar com o nosso trabalho pedimos uma oportunidade para a Chapa 20, do professor Maurício Motta, grato pela atenção".
A escolha temporária de Aires Vieira foi publicada na última sexta-feira (16) no Diário Oficial da União. No mesmo dia, a diretoria do Cefet-RJ divulgou uma nota de esclarecimento manifestando preocupação com a decisão, já que, de acordo com a Advocacia-Geral da União, em parecer do dia 19 de julho, o processo de escolha do dirigente da instituição obedeceu às regras previstas no Decreto 4.877, de 13 de novembro de 2003.
Segundo a assessoria de imprensa do Cefet-RJ, após a expulsão do interventor, os diretores permaneceram em reunião para decidir como iriam atuar de agora em diante. O órgão, porém, não se pronunciou mais sobre o fato.