Duas instituições de ensino estaduais em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, estão ocupadas pelos estudantes desde quinta-feira (6). Alunos do Colégio Estadual Ana Divanir Boratto, no bairro Chapada, e do Colégio Estadual Polivalente, no Jardim Carvalho, são contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal e também pedem melhorias na estrutura das escolas.
Segundo o movimento estudantil, há possibilidade de outras instituições da cidade serem ocupadas ainda nesta sexta-feira (7). A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Ponta Grossa informou que mantém contato com turmas de várias instituições para debater a causa. A presidente do grêmio estudantil do Polivalente, Luciele Linhares, matriculada no 2º ano do ensino médio, contou que cerca de 35 alunos passaram a noite no colégio. “Os pais estão apoiando, alguns professores e sindicatos”, diz. Durante o dia, aproximadamente 200 pessoas passaram pelo local.
A aluna Laura Machado, também do 2º ano, explica que apesar das aulas regulares estarem suspensas, os estudantes participam de “aulões”, debates e palestras. “Mas não estamos aqui só pela reforma. É também por mais segurança no colégio, que é muito vulnerável”, conta. Os alunos vão entregar ao Núcleo Regional de Educação (NRE) um documento com todos os pedidos de melhorias no local. O presidente da União dos Estudantes em Ponta Grossa, Chistopher Ferreira, explica que o grupo também faz a limpeza do ambiente, atividades culturais e o preparo da alimentação dos participantes. Segundo eles, a ocupação deve durar até que a proposta da reforma seja retirada.
De acordo com o NRE, o calendário letivo dessas escolas está suspenso. Após o fim das ocupações, os professores devem se reunir para organizar a reposição das aulas. “Os estudantes nos entregaram as reivindicações e vamos encaminhá-las à Secretaria de Estado da Educação”, explica a assistente do Núcleo Ivete Zarochinski.
Outra ocupação
Esse é o segundo caso de ocupação de colégios estaduais em Ponta Grossa neste ano. Em agosto, estudantes ocuparam por cinco dias o Colégio Estadual Frei Doroteu de Pádua, no distrito de Periquitos. Além de quatro salas de aula de madeira em más condições, os jovens reclamavam da falta de estrutura para proteger o refeitório de chuva, ventania e poeira, falta de manutenção nos banheiros e de acessibilidade na escola.