Para saber as diferenças dos currículos e métodos, nada melhor do que consultar os estudantes, diretamente afetados pelas propostas. Cada um puxa a sardinha para a sua fogueira, mas todos estão cientes da dificuldade que é ensinar Medicina.
Quando começou na UFPR, Emerson Barbosa achava que o método PBL poderia ser melhor. "No começo é bem massante. Quem não está preparado desiste", conta. Com o passar do tempo, o estudante mudou de idéia e agora acha que o método tradicional é o ideal. "Quando você começa a ter as matérias mais práticas percebe que tem mais base", explica.
Para Barbosa o sistema de ensino utilizado pelo curso de Medicina da UFPR é o melhor para o país. "Os próprios professores não estudaram no PBL e não estão preparados para esse método. Além disso o brasileiro não tem o hábito de buscar livros e estudar", opina.
A estudante Yumi Hoshi, da PUC-PR, veste a camisa do método PBL. "Acho bem mais válido do que o tradicional. Você não vê as coisas isoladamente. Desde o primeiro período tem contato com casos clínicos e tem que levantar hipóteses. Você desenvolve bastante o raciocínio clínico", conta.
Curiosamente, Hoshi aponta um problema mencionado pelo aluno da UFPR. "Uma dificuldade é que os professores saíram do método tradicional e ainda precisam se adaptar totalmente", lamenta. Mas as vantagens já voltam à tona. "Você tem que ir muito para os livros. A pesquisa é muito grande e isso é bom para ver novidades", diz.
O aluno Carlos Valiente, do Unicenp, é mais cauteloso ao comparar os métodos. "É difícil dizer qual é o melhor. Ambos têm coisas boas e coisas ruins", opina. Para ele, o problema do PBL é que vem do exterior, onde a realidade é muito diferente da brasileira. Mesmo assim, as propostas de mudanças são válidas. "A área de saúde é tão dinâmica. É difícil fazer um curso perfeito", resume.
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