A dois dias do fim do prazo para emissão gratuita da ID Estudantil , dezenas de estudantes da rede de colégios jesuítas, composta por 17 escolas particulares de educação básica e 6 universidades espalhadas pelo Brasil, relatam dificuldades na emissão do documento.
Após o retorno às aulas, alunos e pais têm procurado a secretaria das escolas depois de tentar emitir a ID Estudantil por meio do aplicativo desenvolvido pelo governo. O app acusa erro de cadastro do estudante e orienta a procurar a instituição de ensino e atualizar os dados cadastrais. As escolas dizem que não há problemas no cadastro do aluno.
A secretaria do Colégio Nossa Senhora Medianeira, em Curitiba, que faz parte da rede de colégios jesuítas, informa que isso vem acontecendo desde janeiro. O colégio afirma ter cadastrado todos os alunos no Sistema Educacional Brasileiro (SEB) desde que o serviço foi lançado, em novembro.
O Ministério da Educação (MEC) nega que haja problemas com o aplicativo ID Estudantil e diz que 300 mil carteirinhas já foram emitidas. Isso representa apenas 1% dos cerca de 30 milhões de estudantes do país maiores de 12 anos que têm direito à carteirinha para pagar meia-entrada em cinemas, teatros, shows e outros eventos culturais.
No último levantamento divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, o Brasil tem 11,9 milhões de estudantes matriculados na segunda fase do ensino fundamental (6° ao 9° ano); 7,5 milhões no ensino médio (incluindo tecnológico) e 8,4 milhões no ensino superior. Todos eles, assim como alunos de pós-graduação, têm direito à carteirinha de estudante.
Fim do prazo
A carteirinha digital foi lançada pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro por meio de medida provisória (MP) e começou a ser emitida em dezembro, depois que o ministro da Educação Abraham Weintraub divulgou o aplicativo pelo qual os estudantes podem gerar o documento.
A novidade evitou a impressão de papel, reduziu a burocracia e o risco de fraudes e facilitou a vida dos estudantes. O governo pretendia que essa fosse uma alternativa à forma tradicional de emissão das carteirinhas, mas dependia de aprovação no Congresso Nacional. Como a MP não foi votada pelos deputados no prazo estipulado por lei, perde a validade no domingo (16).
Quem não emitir a ID Estudantil digital nos próximos dois dias terá que pagar R$ 35 para obter a carteirinha física com as entidades que já faziam o documento antes, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). E vai precisar renovar a carteira todo ano, ou seja, pagar anualmente pelo documento.
Como emitir a carteirinha digital
Até domingo (16), qualquer estudante maior de idade ou o responsável pelos menores de 18 anos pode baixar o aplicativo ID Estudantil acessando as lojas Google Play e Apple Store, seguir as orientações da tela, informando o número do CPF, para ter acesso à versão digital do documento. Mas isso desde que a escola ou faculdade em que estuda tenho feito o cadastro dos alunos junto ao INEP, porque o sistema funciona mediante cruzamento de dados do CPF do aluno.
Depois de gerar o documento, basta apresentar a imagem da carteirinha no celular quando for comprar um ingresso para ter direito à meia-entrada. Mais detalhes sobre a emissão pelo app aqui. O MEC disponibiliza também o telefone 0800-616161 para tirar dúvidas sobre emissão da ID Estudantil.
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