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A rotina nas escolas dos Estados Unidos começou a voltar ao normal. E a principal razão para isso é o avanço da vacinação. Além de estar imunizando sua população em um ritmo acelerado, o país incluiu os professores entre as populações prioritárias - o que, no Brasil, ainda não é regra.
Na maior parte dos estados americanos, incluindo Nova York e Califórnia, os professores foram tratados como grupos prioritários desde o início da vacinação, em dezembro do ano passado. Em março deste ano, o governo federal dos Estados Unidos publicou uma diretriz requerendo que os demais estados também o fizessem.
Além disso, a velocidade da vacinação nos Estados Unidos (que tem aplicado imunizantes da Pfizer, da Moderna e da Johnson & Johnson) faz a diferença. Até agora, cerca de 78 milhões de americanos foram completamente imunizados (o que, no caso da Moderna e da Pfizer, exige duas doses de vacina). Isso equivale a 24% da população. No Brasil, foram apenas 8,5 milhões de pessoas imunizadas com as duas doses (cerca de 4% da população). A primeira dose foi aplicada em 25 milhões de brasileiros, o que corresponde a 12% da população.
A vacinação rápida permitiu uma ampliação do público elegível para a imunização. A previsão do governo federal dos EUA é de que, em 19 de abril, qualquer pessoa maior de idade possa ser vacinada em todos os 50 estados. Muitos estados já se adiantaram e têm vacinados o público geral desde o fim de março. E, em algumas regiões, as inscrições estão abertas para que adolescentes com 12 anos ou mais sejam vacinados.
Enquanto isso, no Brasil, poucos estados têm incluído os professores no grupo prioritário. O Plano Nacional de Vacinação trata os profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades como prioritárias. Algumas unidades da federação têm adotado critérios diferentes, incluindo policiais e professores. Mas essa é a exceção.
Com a vacinação caminhando a passos lentos no país, a situação nas escolas deve demorar para retornar ao normal no Brasil.
Jared Maxwell, professor do 5º ano em uma escola pública no estado do Michigan, tomou a vacina ainda em janeiro. Ele disse à Gazeta do Povo que as regras variam de acordo com o estado, mas que sua rotina voltou praticamente ao normal - apesar de máscaras e distanciamento social continuarem sendo exigidos dentro das instituições de ensino.
Em boa parte do país, as aulas voltaram com um sistema híbrido, sem que todos os alunos precisem comparecer às aulas diariamente. Famílias que não se sentirem seguras para enviar as crianças à escola puderam optar por continuar com o ensino completamente online. Mas a rapidez na imunização tem diminuídos os riscos e permitido uma rotina mais próxima da normal: “Com a vacinação, os pais e professores tendem a se sentir mais confiantes - e a rotina escolar se aproxima do normal, com atividades que incluem uma maior interação”, explica Maxwell. A previsão é que, depois da pausa de verão, que vai de maio a agosto, as escolas americanas voltem a funcionar 100% presencialmente.