Desde sábado (27), o caso do ex-diretor da Seed Maurício Jandoi Fanini Antonio está nas mãos do advogado Alexandre Knopfholz, do escritório René Dotti. Na segunda-feira (29), o advogado informou à reportagem que ainda estava tomando conhecimento dos fatos e que estaria à disposição para dar entrevistas na sequência.
Fanini Antonio, 49 anos, tem currículo extenso na administração pública, em cargos de comando. Em 2001, ele estava na gestão de Cassio Taniguchi na prefeitura de Curitiba. Engenheiro civil, Fanini Antonio foi nomeado em janeiro daquele ano para atuar como diretor do Departamento de Infraestrutura de Tráfego na Secretaria de Obras Públicas, pasta então comandada pelo vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), atual governador do Paraná.
Logo no início do primeiro mandato de Beto Richa no governo do Paraná, em 2011, Fanini Antonio ganhou um cargo de diretor na Secretaria Estadual da Educação (Seed). Em junho de 2012, ele foi designado para a função de diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Seed, permanecendo até o fim daquele mandato de Beto Richa.
Já em janeiro de 2015, quando Beto Richa iniciou o segundo mandato no Executivo estadual, Fanini Antonio novamente ganhou um cargo ligado à área de educação. Ele foi designado para comandar o Fundepar, que é o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional. A exoneração dele ocorreu no último dia 3. Ele permaneceu, contudo, com a cadeira de suplente no Conselho de Administração da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), onde também já ocupou a vaga de titular, entre 2011 e 2014.
Ao falar com a imprensa na semana passada, o procurador do Estado Kunibert Kolb Neto e a secretária da Educação, Ana Seres, não quiseram divulgar os nomes das seis pessoas afastadas por envolvimento no caso das escolas, mas fontes do governo estadual confirmam que um deles é Fanini Antonio. Desde abril, ele também é oficialmente alvo do inquérito civil no Ministério Público aberto para apurar irregularidades em pagamentos por obras ligadas à Seed.
Na mesma entrevista à imprensa, Kolb Neto também enfatizou que a auditoria não estava “acusando ninguém”, mas apenas apontando irregularidades nas medições das obras, fato que gerou pagamentos indevidos à empresa. Segundo a secretária Ana Seres, o caso chegou ao conhecimento do então secretário da pasta, Fernando Xavier, entre abril e maio. Ela afirma que a abertura da auditoria foi assinada por ele, um dia antes de ser exonerado, na esteira da greve dos professores. A auditoria não tem prazo para terminar e outras obras podem ser incluídas na apuração.