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Expectativa de gol no 2.º semestre

Fazendo uma analogia ao futebol, alguns alunos voltam ao segundo semestre escolar como quem volta ao segundo tempo de um jogo de futebol: buscando a vitória. Com um primeiro semestre cheio de dificuldades e boletins pintados de "vermelho", a entrada é tensa, apesar de esperançosa. E muitos pais se perguntam o que pode ser feito para "salvar esse campeonato?".

Em primeiro lugar, é preciso entender que a aprendizagem é processual e contínua, independe da vontade do aluno e não tem ritmo determinado. Alguns pais nesse momento culpam a escola, os professores ou o material pedagógico. Escolas por sua vez acusam os pais de ausência e de não acompanhamento dos filhos. Não adianta tentar achar culpados e sim buscar a parceria entre pais e escola.

Cada estudante tem habilidades, competências e dificuldades diferentes do seu colega. Logo, o déficit de aprendizagem de seu filho pode ser considerado normal. Errar não é feio, não aprender da primeira vez não é burrice e reprovar não é sinônimo de fracasso. Somos seres humanos em evolução e como indivíduos únicos temos nossos próprios ritmos de aprendizagem.

O que deve evoluir é a forma como lidamos com isso. De modo prático e em conjunto, família e escola devem identificar os pontos a serem recuperados, traçando estratégias adequadas à realidade familiar e à proposta pedagógica, respeitando as características e necessidades do estudante.

As estratégias podem ser aulas de reforço na escola, aulas particulares em casa, atividades pedagógicas no computador com softwares e sites educativos, apoio psicopedagógico, atividades que desenvolvam o gosto pela leitura, raciocínio lógico etc. Cada caso é único. Não há receita pronta.

Os pais e a escola devem passar tranqüilidade para os filhos, pois independente da idade, eles sentem a pressão e a tensão em torno deles. O aluno "problema" comumente percebe-se dessa forma sua auto-estima e confiança despencam. A tranqüilidade e a confiança dos pais e professores em relação ao seu desenvolvimento cognitivo já o acalmam, além de promover alavancas de autoconfiança.

Se, apesar de todo os esforços, a reprovação chegar, tudo bem. Ela pode ser benéfica para alunos com dificuldades de aprendizagem. Não é perder um ano, é ganhar! De que adianta ir passando de raspão, se arrastar pelas séries sempre com dificuldades? Esse "arrasto", no futuro, pode manifestar-se em grave problema educacional. Se seu filho não "passar" é porque ele precisa de mais um tempo. Com certeza, o ano seguinte será mais tranqüilo e produtivo.

Danielle Lourenço é pedagoga e consultora em tecnologia educacional.

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