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Câmara Municipal | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Câmara Municipal| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
  • Painéis de azulejo
  • Palácio Iguaçu

O centro de Curitiba ainda guarda pedaços da história do desenvolvimento da capital e do estado. São prédios, monumentos e conjuntos arquitetônicos que traduzem tendências de uma época, inovações e revoluções na estética da cidade.

Um passeio, com um pouco de atenção e curiosidade, pode ser uma pequena aula de história ao ar livre. Os estilos usados na arquitetura mostram características culturais, importadas da Europa ou criações e misturas bem brasileiras. "A arquitetura é caracterizada pelo período em que foi construída a obra. Em Curitiba temos um patrimônio histórico tombado e preservado bem interessante no centro", conta a professora doutora Maria da Graça Santos, do curso de Arquitetura da Universidade Positivo. Saiba um pouco mais sobre os estilos e roteiros:

Neoclássico

Chegou em Curitiba no fim do século 19. Caracteriza-se pelas fachadas ricas em detalhes, com proporção entre os elementos, os capitéis no estilo jônico e dórico, a compoteira e o balaústre (pequenas colunas em formato que lembram garrafas). São exemplos deste tipo de construção o Paço Municipal, em restauração; o Palácio Garibaldi, na Praça João Cândido; a antiga Estação Ferroviária, onde hoje funciona um shopping; além dos prédios nos entornos da Praça Eufrásio Correia. A construção onde hoje funciona a Câmara Municipal também remete a este estilo.

Colonial

Pouco restou em Curitiba das construções desta época, quando a capital servia apenas de paragem para as tropas, ainda no século 18. A Casa Romário Martins, no Largo da Ordem, é um exemplo deste tipo de construção, com soleira de pedra, beiral de telhas e formatos mais rústicos.

Eclético

Empresta formas e conceitos de vários estilos, pricipalmente do neoclássico, usando-os de forma mais livre. Foram construídos nessa época, nos anos 1920, os prédios que compõem o conjunto arquitetônico ao longo da Rua Barão do Rio Branco, onde funcionam bares, restaurantes e comércio, que trazem elementos ornamentais, como as compoteiras (parecidas com vasos) e capitéis (arremates das colunas). O Museu da Imagem e do Som, na Rua Barão do Rio Branco, 395, é exemplo deste estilo.

Art nouveau

Chegando ao Brasil com mais de quatro décadas de atraso em relação à sua origem na França, o movimento introduzido em Curitiba nos anos 1930, acontece ao mesmo tempo que o ecletismo, mas vem para superá-lo. As construções dessa época têm janelas com desenhos mais livres, as portas são curvas e a decoração nas fachadas tem elementos da natureza. A Casa Hoffmann, no Largo da Ordem, 58, e o Belvedere (casa atrás das Ruínas do São Francisco), na Praça João Cândido, são as duas principais obras curitibanas nesse estilo.

Neocolonial

Ganhou força durante as duas décadas seguintes a 1922, quando uma onda ufanista atinge a arte brasileira. Os sobrados localizados na Avenida Visconde de Guarapuava com a Rua Bruno Filgueira são dessa época. Casas com varandas, colunas salomônicas (retorcidas), painéis de azulejo e elementos vazados são alguns detalhes emprestados da arquitetura colonial sacra.

Art déco

Foi a arquitetura característica dos anos 1930 e começou a modificar as fachadas dos prédios que passaram a ter varandas embutidas e composição de formas e volumes geométricos. As construções que se destacam são a Secretaria de Saúde, no cruzamento da Rua Barão do Rio Branco com a André de Barros, e a antiga sede do Clube Curitibano, algumas quadras acima, na esquina com a Rua XV de Novembro. O prédio onde hoje funciona o Hotel Afâmia, na Praça Tiradentes, é o mais representativo, onde é possível ver detalhes da distinção das partes do prédio, como a base, o corpo e o coroamento (topo), decoradas de formas diferentes. A porta de entrada passa a ser na esquina, valorizando-a como acesso ao edifício.

Moderno

Surge para quebrar os padrões. A primeira casa moderna de Curitiba é a Casa Kirchgassner, na região do Alto do São Francisco. As formas são mais valorizadas que os ornamentos. Em Curitiba, o modernismo provocou profundas mudanças já que trouxe um novo padrão aos prédios. As obras encomendadas para comemorar o centenário da emancipação do Paraná, em 1953, como a Biblioteca Pública, o conjunto original do Centro Cívico (Palácio Iguaçu, Tribunal de Justiça e Tribunal do Júri) e o Teatro Guaíra são dessa época, com brises, fachadas envidraçadas e telhados asas de borboleta.

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