O Ministério da Educação (MEC) tem dado maior prioridade à licenciatura nos processos de reconhecimento ou renovação de cursos de graduação. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o objetivo é atender às demandas para a formação de professores, principalmente da área da educação básica, onde faltam 250 mil professores no ensino médio e segundo ciclo do ensino fundamental, com formação de nível superior em licenciatura.
"Há prioridade em relação a esses cursos devido à necessidade dos sistemas de educação, municipal e estadual. O MEC procura, também, dar prioridade para cursos com turmas formadas", explica Orlando Pilati, coordenador-geral de Acreditação de Cursos e Instituições de Educação Superior, setor da Secretaria de Educação Superior (Sesu) responsável pelo processo.
De janeiro até o início de março de 2005, a Coordenadoria-Geral de Regulação do Ensino Superior da Sesu reconheceu 212 cursos das áreas de saúde, ciências humanas e exatas 21 desses foram em instituições federais. A maioria dos processos se deu na área de licenciatura com habilitações para Orientação Educacional, Magistério, Administração Escolar e Matérias Pedagógicas do Ensino Médio, além de Pedagogia, Matemática e Biologia, áreas deficitárias em número de professores.
Déficit
Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre a educação básica, mostra que são necessários 235 mil professores no ensino médio e 476 mil para as turmas de 5ª a 8ª série, o que dá um total de 711 mil professores. Nos últimos anos, o número de professores formados nos cursos de licenciatura foi de 457 mil, ou seja, há um déficit de cerca de 250 mil docentes.
O estudo conclui que o Brasil precisaria ter 55 mil professores de Física e o mesmo número de Química. Entre 1990 e 2001, só 7.216 professores graduaram-se em Física e 13.559 em Química. A estimativa do Inep é que até 2010 o país vai formar mais 14.200 professores de Física e 25.300 de Química. A falta de professores é um problema mundial. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), há 59 milhões de professores no planeta, 15 milhões a menos que o mínimo exigido para atingir a meta fixada no Fórum Mundial da Educação de Dacar, em 2000.
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