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Além dos argumentos sobre a laicidade do Estado e a interferência da característica privada da religião na esfera pública da escola, a formação dos professores é outro aspecto que sustenta a discussão sobre o Ensino Religioso no Brasil. Isso porque, boa parte dos docentes que ministram as aulas não têm formação específica na área, mas sim em outras licenciaturas, como História e Filosofia, por exemplo.

Mesmo favorável ao Ensino Religioso, Joachim Andrade, mestre em Antropologia Social, doutor em Ciência da Religião e professor das faculdades Vicentina e Claretiano, lembra que a falta desta preparação específica faz com que seja difícil para os professores se desvincularem de suas crenças para serem objetivos na transmissão dos conteúdos.

“É complicado para o professor manter certa distância da sua tradição para lecionar Ensino Religioso. Este distanciamento não é fácil, pois você cresceu naquilo e pode vir a perceber, por exemplo, que outra [religião] tem um conteúdo idêntico ou, às vezes, melhor do que o seu”, aponta.

Por isso, ele acredita que um possível caminho para a evolução do Ensino Religioso nas escolas deveria levar ao que ele chama de “ensino interespiritual”, ou seja, um ensino sem a bandeira das religiões, mas que abordasse a espiritualidade de forma geral.

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