Com o marco de ser a greve nacional de professores federais mais longa da história, a paralisação das aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) completa hoje 110 dias. O movimento atual superou os 108 dias da greve de 2001. Devido ao grande tempo sem aula e ao avanço da paralisação para setembro, o impacto chegará às formaturas que deveriam ocorrer no início de 2013.
Conforme a assessoria da UFPR, as datas de colação só serão reagendadas quando as aulas voltarem e o calendário for restabelecido. Mesmo que as atividades retornem neste mês, o segundo semestre letivo de 2012 só deve terminar a partir do final de março de 2013, segundo estimativa do Núcleo de Assuntos Acadêmicos (NAA) da UFPR. Portanto, as formaturas marcadas para esse período deverão ser alteradas.
O assessor comercial da Polyndia Formaturas Pedro Luiz da Cruz reforça que a colação e o baile não serão cancelados, mas terão de mudar para outras datas. "Vamos negociar com cada local e encaixar nos dias que eles tiverem disponíveis. O único problema que pode ocorrer é a banda ou a equipe de recepção, por exemplo, não poderem trabalhar em outros dias. Nesses casos teremos de contratar outras."
As mudanças de datas podem vir acompanhadas de um custo extra. Segundo a gerente financeira da Originale Formatura, Nice Santi, se os lugares tiverem preços diferentes de acordo com o dia, pode haver diferença no valor a ser pago pelos alunos principalmente, se as alterações constarem no contrato. "O ideal seria a universidade bancar com os custos decorrentes do atraso na formatura, não os estudantes", diz.
No caso dos formandos de Direito noturno da UFPR, a multa pela rescisão dos contratos poderia chegar a R$ 60 mil, segundo uma das secretárias da comissão de formatura Vanessa Massuchetto. Porém, os alunos têm a esperança de que consigam encerrar as aulas ainda em fevereiro, já que conseguiram terminar o primeiro semestre. "Não estamos pensando nisso por enquanto. Vamos aguardar. Se for o caso, temos de reunir toda a turma e ver como faremos."
Negociação demorada
A maior pressão política devido às eleições de 2012 e a demora do governo federal em cumprir as negociações da paralisação de 2011 foram os principais motivos apontados pelo reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, para que esta seja a maior greve vivida pela instituição. "Tivemos alguns percalços no caminho, como o reajuste que deveria ter sido pago em março e só aconteceu em junho. Essa pendência fez com que as negociações não fossem normais", diz Akel Sobrinho.