A máxima de que "é pelos frutos que se conhece a árvore" não apenas foi compreendida como fortalecida pela professora Clarisse Aparecida Jacomasso, da Escola Rural Municipal Oracelis Cordova Ribeiro, do município de Campo do Tenente, no interior do Paraná. Usando o jornal em sala, ela desenvolveu um trabalho de alfabetização de crianças de seis a oito anos, que foi finalista do Concurso Cultural Ler e Pensar 2014.
Após ensiná-las a manusear o periódico e compreender o conteúdo dos cadernos, a professora plantou a semente para a "Árvore das Descobertas" (foto), que geraria frutos de conhecimento. Fixou-a na parede da sala e propôs aos pequenos que registrassem em seus frutos, por meio de desenhos, recortes de figuras ou escrita e preferências individuais de acordo com os temas dos sete cadernos diários da Gazeta do Povo. Cada estudante teve um espaço na estrutura, onde as frutas ganhavam novas camadas a cada dia. "Ao trabalhar os assuntos, também fazíamos enquetes para saber os gostos das crianças. Assim, eles podiam refletir sobre suas preferências e conhecer as dos outros", conta Clarisse.
O jornal da minha vida
Junto com a "Árvore das Descobertas", a professora criou o painel "Fique Antenado", abastecido diariamente pelos alunos maiores, com os resumos das reportagens que levam para casa e leem com as famílias. Toda sexta-feira, cada criança leva um caderno em uma bolsa artesanal batizada de "o jornal da minha vida". Na segunda-feira, após a apresentação à turma, os conteúdos são anexados à estrutura e ficam expostos para toda comunidade escolar.
Segundo ela, a iniciativa, além de prazerosa, possibilitou um maior contato com o jornal e garantiu à turma a possibilidade de discutir assuntos atuais. "Levar à sala temas do cotidiano faz toda a diferença. As crianças ficam mais próximas, demonstram interesse pelas atividades e se envolvem muito mais, além de ficarem mais bem informadas", comenta.
Criatividade para inovar
Clarisse é conhecida na escola e na comunidade pela criatividade no trabalho com o Ler e Pensar. Há cinco anos participa do projeto e lembra outras duas inciativas que agradaram a criançada. Na primeira, construiu o painel "Ferrovia da Informação", em que cada caderno do jornal representava uma estação pela qual o trem passava. A mesma lógica foi usada posteriormente, quando ela convidou os alunos a "navegarem na informação". No projeto, os cadernos eram portos e as ilustrações com mar e navios ilustravam a viagem dos pequenos.