"Enquanto eu busco o celular mais simples e com menos teclas, meu filho tem o mais avançado, um notebook, um videogame e um outro negócio que se parece com um videogame e que ele usa para jogar com o irmão. É uma coisa que não sei o nome, mas ele usa com bastante habilidade", relata o funcionário público Wilson Antônio da Rocha, pai de Victor Matheus, 15 anos.O objeto não identificado pelo pai, é um dispositivo do videogame PlayStation 3, que capta o movimento dos jogadores por um sensor. A dificuldade de Wilson é a mesma que grande parte dos pais de crianças e adolescentes tem. Enquanto os adultos de hoje cresceram sem contato com a tecnologia usada atualmente, seus filhos mal nascem e já passam a conviver com iPads, aplicativos e downloads equipamento e procedimentos que também dão trabalho aos professores. Segundo a Pesquisa TIC Crianças 2010, 57% das crianças de 5 a 9 anos usam o computador e 27% têm acesso à internet.
Para Guilherme Lemermeier, coordenador de Tecnologia Digital do Colégio Opet e professor de Lógica, Matemática e Estatística da Universidade Positivo, a ambientação de pais e professores com o mundo virtual é uma questão de tempo. "Não adianta capacitar hoje e cobrar o uso amanhã. Essa mudança de cultura deve ser gradativa e crescente, ritmada. A educação é um conjunto de fatores e o trabalho em equipe é fundamental. Nesse ponto, comunidade escolar e família devem estar no mesmo ritmo e motivadas", diz.
Acompanhamento
Nesse trabalho conjunto, cabe também à escola a preparação, a orientação e o direcionamento para uso correto das ferramentas tecnológicas pelo estudante, segundo Lemermeier. "O aluno quer, a família deseja, a sociedade cobra. Portanto, a escola tem que pegar essa onda. Não dá para cochilar."
Para Alexandre Rocha Lima e Marcondes, tecnólogo em Processamento de Dados e criador de um software para o controle de acesso à internet, a aproximação entre as gerações "analógicas e digitais" pode ser facilitada por meio do diálogo e da presença dos pais nas atividades dos filhos. Dá para navegar ou jogar videogame e jogos de computador junto com a criança. São oportunidades que permitem que os pais conversem sobre o que o filho tem feito, o tempo dedicado à web e as atitudes on-line.
"Entre a criança e os pais não pode haver segredos e a criança deve ser estimulada a compartilhar coisas que a incomodam ou lhe deixam pouco à vontade. É claro que, conforme ela cresce e torna-se um adolescente e jovem adulto, ela deve ganhar gradualmente mais privacidade em casa", conta. Saber o que os pequenos fazem na internet é parte do papel legal dos pais. Os artigos 932 e 933 do Novo Código Civil deixam claro que os atos e crimes praticados por seus filhos são de responsabilidade dos pais, inclusive os que acontecem no ambiente virtual.
Proteja-se
Veja como medidas simples podem ajudar na proteção da sua família:
- Converse com as crianças e os adolescentes sobre os riscos da internet, dando exemplos de casos reais. Incentive-os a contar sobre algo que os deixou incomodados ou ameaçados.
- Todos devem usar apenas o primeiro nome ou apelido ao se comunicar na internet.
- A estranhos, nunca devem ser passados telefones, endereços ou informações sobre onde estuda ou trabalha.
- Muito cuidado ao postar fotos que sejam íntimas ou revelem endereços, placas de carro e outras informações pessoais.
- Nunca se deve marcar encontro com alguém que se conhece apenas on-line, principalmente sem supervisão.
- Verifique com frequência a lista de sites visitados que fica armazenada no histórico do computador.
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