Não é difícil encontrar questões com gráficos nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e não são todos os candidatos que conseguem interpretá-los. Na edição do ano passado, esse tipo de recurso aparecia sobretudo nas questões de Matemática, mas também em perguntas que envolviam Física, Geografia, Sociologia e Língua Portuguesa.
Para solucioná-las, professores recomendam atenção ao enunciado das perguntas e à característica dos dados. Em alguns casos, trata-se apenas de usar a habilidade de leitura para entender o problema apresentado.
Os gráficos podem aparecer no enunciado da questão ou nas alternativas. No primeiro caso, é preciso interpretar e resolver o problema com base nos dados apresentados. No segundo, o candidato precisa assinalar, entre as alternativas qual das representações gráficas corresponde à situação apontada.
O professor de Matemática do curso Domínio, Rodrigo Simão, explica que os tipos mais comuns são o gráfico de barra, o gráfico em linhas que marca crescimento e decrescimento de variáveis e o gráfico de "pizza".
Simão reforça a importância de o estudante se familiarizar com o formato desde os primeiros anos do ensino médio. A maior dificuldade dos estudantes, segundo ele, é com os histogramas. "Neste gráfico os alunos sentem dificuldade porque para calcular a média dos dados expostos eles têm que calcular o ponto médio de cada classe", conta.
Nas provas, o gráfico pode exigir diferentes competências do estudante, comenta o professor de Física Roberto Tadeu Berro, do curso Bom Jesus. "As questões conseguem cobrar diversos conteúdos, tanto a parte de interpretação do problema, de leitura do gráfico e a relação matemática entre os dados", diz. Na Física, são comuns as imagens que relacionam velocidade e tempo, ou força e tempo, por exemplo. "É preciso ler com atenção e tirar informações do enunciado", explica.
O professor de Sociologia Sandro Fernandes, do curso Dom Bosco, lembra que o estudante precisa ter atenção principalmente aos modelos com duas variáveis. "Quando uma variável muda, a outra também", explica. Como exemplo, ele cita um gráfico que relacione aumento da renda e gastos com a saúde.
As tabelas, mesmo com formato diferente do gráfico, podem confundir o estudante. A diferença, nesse caso, é que os números estão expostos de forma direta. O professor Fernandes explica que é preciso verificar se os números correspondem a porcentagens ou não, o que pode levar a um erro na hora de marcar a alternativa. Nas provas que não são de Ciências Exatas, os modelos mais comuns são gráfico de linhas e barras. "Na Sociologia, o gráfico de pizza está defasado. Há consenso entre os estatísticos de que ele não representa muita coisa, é muito fechado", diz.