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A greve dos servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais de ensino pode ter um desfecho ainda essa semana, informou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest) Márcio Palmares.

De acordo com a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), a partir desta segunda, sindicatos locais de todo o país realizam assembleias para analisar a última proposta do governo apresentada na sexta-feira passada (17). No Paraná, os sindicalistas se reunirão nesta terça (21), a partir das 14h. Caso a oferta do governo seja aceita, haverá uma assembleia definitiva na próxima quinta-feira (23) para encerrar a paralisação.

Dentre as condições oferecidas aos representantes dos sindicatos pelo governo federal estão o reajuste salarial de 15,8% divido em três parcelas anuais (2013, 2014 e 2015) e o atendimento a várias reivindicações relacionadas à carreira e condições de trabalho. De acordo com informações do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a proposta implicaria num impacto orçamentário de R$ 2,9 bilhões, e, caso assentida, já seria incluída no Projeto de Lei Orçamentária Anual 2013.

STMO permanece com serviços parados

Enquanto governo e sindicalistas decidem o rumo das paralisações das instituições federais de ensino, o Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) do Hospital das Clínicas (HC) Universidade Federal do Paraná (UFPR) continua com os transplantes empacados.

O acordo firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e o Sinditest no último dia 10 – que determinava a volta de sete trabalhadores ao setor para dar continuidade aos atendimentos – ainda não deu resultado.

Conforme a assessoria de marketing do HC, a primeira indicação de servidores técnico-administrativos dispostos a trabalhar no STMO, protocolada pelo sindicato no dia 14 de agosto, foi recusada, pois das dez pessoas indicadas, seis já eram do setor. "Essas pessoas já estavam atuando no turno da tarde, então não teria como colocá-las de manhã, porque deixaria buracos no outro turno."

Devido a esta impossibilidade, na sexta-feira passada o Sinditest voltou a nomear outros dez servidores, que também não foram aceitos pela diretoria do hospital porque, segundo sua assessoria, houve problemas com nomes e telefones de contato. Por causa disso, o sindicato enviou uma terceira lista no último sábado, que já está sob avaliação da diretoria do HC. Até o final da tarde de hoje, o hospital deverá se manifestar se aceita ou não a terceira indicação.

"É uma questão muito delicada, porque os servidores precisam ser muito qualificados. Não é tão simples assim remanejar os servidores para o STMO, porque lá, precisa de pelo menos um ano de treinamento para que funcione totalmente", explicou a assessoria de marketing do HC.

Já para o diretor do Sinditest, a objeção dos indicados pela diretoria do hospital é uma tentativa de criminalizar o movimento grevista, pois desde que o acordo com o MPF foi fechado, o sindicato está lutando para adequar a situação. "A direção está recusando as pessoas que nós indicamos, e que têm capacitação, só para criar uma situação que leve à criminalização do movimento grevista, que não é abusiva, pois tem baixa adesão e é totalmente legal", argumentou Palmares.

O Hospital das Clínicas da UFPR está com 50% da capacidade de atendimento comprometido pela greve, que já hoje completa 71 dias.

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