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Greve no IFPR afeta 16 dos 20 campi da instituição

Adesão à greve do IFPR de Curitiba chega a 30% | Aniele Nascimento/Aniele Nascimento
Adesão à greve do IFPR de Curitiba chega a 30% (Foto: Aniele Nascimento/Aniele Nascimento)

A onda de mobilizações que compromete os serviços públicos no estado cresce nas instituições de ensino. Além da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que iniciou nesta quarta-feira (12) uma greve por tempo indeterminado, professores e técnico-administrativos do Instituto Federal do Paraná (IFPR) também estão de braços cruzados, afetando aulas em 16 dos 20 câmpus do instituto espalhados pelo estado. A paralisação, de acordo com a assessoria de comunicação do IFPR, afeta cerca de 5,5 mil alunos do total de 18.902, matriculados em cursos de nível médio e superior, presenciais e a distância.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Paraná (Sindiedutec), a paralisação atinge, em média, 70% dos trabalhadores das unidades do IFPR. O órgão não tem uma estimativa da quantidade de servidores em greve porque o número varia muito em cada uma das cidades que possuem câmpus do IFPR. A paralisação dos técnico-administrativos começou no dia 22 de junho. Já os professores tentaram uma nova negociação com o governo, mas, sem respostas, decidiram cruzar os braços na terça-feira passada (28).

Desde então, a adesão à greve já afeta 16 câmpus do IFPR. As únicas unidades que ainda não têm paralisação declarada são as de Londrina, Cascavel, Pinhais, União da Vitória e Pitanga, além dos câmpus avançados (que funcionam como extensão de unidades maiores) de Astorga, Barracão, Capanema e Quedas do Iguaçu.

Em Curitiba, 30% dos professores e técnico-administrativos estão em greve. Por enquanto, as únicas unidades que paralisaram 100% dos serviços foram as de Foz do Iguaçu e Palmas.

Até agora, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), já chega a 45 o número de instituições federais de ensino com greve deflagrada.

Reivindicações

Os servidores representados pelo Sindiedutec rejeitam o reajuste de 21,3% oferecido pela União – já menor que o exigido inicialmente pela categoria de todo o país, que era de 27%.

O montante oferecido seria pago em quatro parcelas, entre 2016 e 2019. Com isso, a reposição média seria em torno de 5,2% ao ano, enquanto só neste ano a inflação superou a taxa de 9%. “É uma proposta que traz perspectivas muito abaixo da inflação. Sendo assim, os professores e técnicos já começariam o próximo ano com defasagem salarial”, alega o presidente do sindicato, Nilton Brandão.

Por enquanto, o governo federal diz que só vai reabrir a discussão sobre o reajuste em 2017, caso a inflação saia do controle. Fora isso, o governo também se comprometeu a reajustar o auxílio-alimentação e o auxílio-saúde em 22,8% e o auxílio-creche em 317,3%, já que o valor não é reajustado desde 1995.

Na semana passada, o movimento organizado pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais entrou com um novo pedido, que seria um reajuste de 19%, em uma única parcela, para corrigir as perdas inflacionárias de 2010 a 2015. A adequação, que ainda não foi avaliada pelo governo, valeria para todas as categorias de servidores federais em greve.

O Sindiedutec informou, no entanto, que os professores não concordam completamente com a nova proposta, porque ela não leva em conta os índices de reajuste já aplicados a cada uma das categorias entre 2012 e 2012 e porque contempla apenas a variação da inflação até junho deste ano. Outro problema visto pelo sindicato é que o índice não foi elaborado com base nos cálculos do Dieese, e sim INPC, que aponta uma inflação menor no período.

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