Todo pai e mãe que se preze deseja que os filhos alcancem seus sonhos. Isso não é diferente em uma família homeschooler; a diferença está no tempo e na maneira como ela pode fazer isso.
Estava olhando minhas filhas estudarem e pensei o quanto quero que sejam felizes. E então lembrei que a felicidade é alcançada quando os propósitos da vida são conquistados (o meio do caminho também pode ser bem gratificante).
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A vivência homeschooler, somada ao que aprendi com outras famílias, me fez refletir que podemos melhorar esses objetivos. Torná-los mais nobres, dignos daquilo que o ser humano é capaz: podemos querer que nossos filhos sejam pessoas de caráter firme, índole boa, capazes do bem.
E agora vem a pergunta que todo homeschooler faz cada vez que se depara com um desafio: "como farei isso?". Como desenvolverei situações diárias que levem minhas filhas a compreenderem seu papel, a encontrarem propósitos e a serem essencialmente boas. Uma das respostas é: educar a vontade.
Pais são os principais responsáveis pela formação dos filhos. Se escolheram educar em casa, porém, possuem mais alternativas para essa empreitada. Estarão mais presentes e terão o tempo de convivência pensado para os filhos.
Olhar
Homeschoolers responsáveis olham para os filhos e não pensam apenas em sua formação acadêmica. Uma pessoa pode ser muito inteligente, mas se não tiver vontade de fazer aquilo que é nobre usará sua inteligência de maneira mesquinha.
A educação da vontade é a arte de trazer o querer interno para fora, de modo que as ações estejam direcionadas àquilo que é intrinsecamente bom: mesmo que custe, a pessoa quer agir de maneira boa.
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Nas conversas do grupo de apoio com outras mães homeschoolers, aprendi que para educar a vontade é necessário ter em mente que ela é influenciada pela imaginação, pelo temperamento e pela afetividade.
Se você quer educar a vontade de seu filho alimente sua imaginação com aquilo que valha a pena. Converse com ele para saber o que se passa na sua mente.
Talvez ele passe a ter mais vontade de terminar bem uma tarefa se sua imaginação não a pintar como um bicho de sete cabeças. Nutra sua imaginação com as coisas extraordinárias que ele pode ser capaz. Conheça o temperamento de seu filho.
Oferecendo situações que abarquem o temperamento dele, você dará a possibilidade de experimentar uma conquista e, aos poucos, ele poderá aventurar-se em situações mais desconfortáveis.
Ajude-o a compreender o que sente. Neste quesito, a convivência é de grande valia. Ajude-o a identificar o que o afeta, o que muda seu humor. Nomeie os sentimentos quando ele for muito pequeno e, conforme for crescendo, desenvolva essa conversa:
“Por que ele acha que está tão chateado? O que acontecerá se deixar que isso cresça? Proponha pequenos desafios para vencer as contrariedades vindas com as oscilações dos sentimentos. Quem comanda a vida de seu filho: ele ou o mau humor? Mostre, com muito carinho, o que ele perde quando não é senhor de si.
Se você é pai ou mãe homeschooler, esbalde-se com as oportunidades que são apresentadas diariamente para educar a vontade dentro dos períodos sensitivos.
Um exemplo: é mais fácil educar uma criança a querer guardar as coisas quando pequenas do que na adolescência. Mesmo que a criança não desenvolva a ordem de forma completa, absorverá, de maneira não consciente, os porquês, as maneiras, as boas vantagens dessa forma de ser.
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Então quando chegar à adolescência terá mais facilidade em querer vivê-la. Se você não é homeschooler, procure pensar nos momentos que está com seu filho e antecipe-se, aja com intencionalidade amorosa e educativa.
Educar a vontade também depende que as informações dadas sejam claras, que a criança esteja bem para recebê-las e não em um momento de fome, cansaço ou frustração.
Você, pai ou mãe, homeschooler ou não, educará a vontade de seu filho pelo exemplo, mesmo que seja o exemplo de luta em algo que você não é tão bom. E o resultado será ainda melhor se cultivarem um laço firme de carinho e admiração um pelo outro.
Dedique tempo para conhecer seu filho e assim ajudar a trazer ao mundo uma pessoa completa, de caráter firme e que não sentirá falta de vontade em transformá-lo, mesmo que isso custe e que ninguém mais valorize.
*Cibele Scandelari é formada em Comunicação Social e Pedagogia. Já foi professora e coordenadora pedagógica em uma escola de ensino fundamental. Hoje se dedica em tempo integral ao ensino de suas quatro filhas.
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