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Ano letivo

Hora de reverter as notas baixas

 | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
(Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)

Notas baixas logo no primeiro bimestre indicam que o aluno não iniciou bem o ano letivo. Um boletim com esses resultados assusta e afeta a autoestima do jovem, mas é importante ter em mente que ainda há tempo para reverter a situação. Em vez de os pais esbravejarem contra o estudante ou rotular culpados, o que realmente pode melhorar o rendimento escolar é a identificação dos motivos do baixo desempenho, a definição de uma estratégia de estudos e o apoio constante da família.

Vários fatores podem levar a notas vermelhas e a compreensão do problema começa no bom contato dos pais com a escola em que o filho estuda. Comparecer às reuniões de pais e conversar frequentemente com professores e diretor são medidas que evitam muitos problemas. Mas, quando a nota baixa passa a ser um fato, uma visita à escola torna-se urgente.

Em algumas instituições, como no Colégio Expoente, a comunicação entre pais e escola é viabilizada por ferramentas digitais. "Temos um sistema pelo qual o pai pode acompanhar diariamente a frequência e o rendimento do filho nas atividades", conta a coordenadora pedagógica Fabiane Stadler. Quando é possível notar que a perda de pontos ocorreu principalmente por causa do não cumprimento de tarefas de casa – o que influencia diretamente o desempenho nas provas –, é preciso dar atenção especial aos hábitos do estudante em casa.

Fabiane alerta os pais que, mesmo com uma rotina profissional agitada, é preciso se esforçar para saber como o filho estuda. "Em muitas famílias, o aluno fica sozinho em casa enquanto os pais estão no trabalho. Assim é fácil o estudante ficar disperso", diz.

Rotina

Ajudar os alunos a encontrar a melhor forma de estudar em casa é uma preocupação constante da coordenadora pedagógica Silvana Fortaleza, do Colégio Decisivo. "Todo início de bimestre fazemos uma atividade sobre como desenvolver o próprio método de estudo, no qual mostramos as diferenças entre estudar uma disciplina e outra", conta.

Para Silvana, o estabelecimento de uma rotina é essencial. Nela devem constar um horário dedicado exclusivamente ao estudo e um ambiente preparado para a leitura – elementos que fazem grande diferença, inclusive, para a disposição do aluno durante as aulas. "Quando o estudante adquire o hábito de anotar suas dúvidas enquanto estuda em casa para pedir explicação na sala de aula, o envolvimento com a matéria é muito melhor", diz.

Reforço

A fim de fortalecer as tentativas de recuperação, a maioria das escolas oferece o chamado reforço escolar no contraturno das aulas. Em geral, professores elaboram explicações e exercícios que tratam pontualmente dos temas nos quais os alunos têm mostrado maior dificuldade. Nas escolas particulares, ao informar-se sobre essa possibilidade, é importante que os pais verifiquem se há taxas adicionais pelo serviço.

Problemas de saúde podem afetar o rendimento

Em alguns casos, a queda de ren­­dimento escolar pode não ter tanto a ver com a compreen­­são de conteúdos, mas estar relacionada a problemas de saúde ou emocionais. Alunos que sempre tiraram boas notas e apresentam um declínio repentino podem estar, por exemplo, com a autoestima abalada por causa de algum desentendimento com colegas de classe. Nessas situações, nada melhor do que um diálogo aberto e sem julgamentos com o estudante para entender o que se passa.

Problemas de visão também influenciam muito no acompanhamento das aulas. Nesses casos, os professores são os grandes parceiros da família na identificação do problema. Crianças, em geral, não se dão conta quando a miopia, por exemplo, começa a aparecer. É preciso estar atento a comportamentos que sinalizam para a dificuldade de enxergar, como perguntar com frequência o que está escrito no quadro-negro ou levantar-se da cadeira para tentar enxergar melhor.

Há ainda os problemas que exigem o acompanhamento de um psicopedagogo, como a dislexia, que afeta a interpretação de textos. Embora mais complexo, o problema nem sempre impede uma melhora no desempenho. "Já tivemos alunos diagnosticados com dislexia que foram acompanhados por um profissional, alcançaram resultados satisfatórios e hoje estão na faculdade", conta a pedagoga Fabiane Stadler, do Colégio Expoente.

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