Índice avalia educação básica
O Ideb é um instrumento criado pelo governo federal para avaliar a educação básica. Serve também para analisar o cumprimento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Na prática, mostra para gestores, alunos, pais e professores como está a qualidade da escola.
O índice vai de 0 a 10 a partir de um cálculo que envolve a taxa de aprovação dos alunos e o desempenho, para os municípios, na avaliação Prova Brasil. O MEC estabelece metas a cada dois anos. O objetivo é que em 2021 a média nacional do país seja 6, seguindo uma recomendação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Uma pesquisa divulgada pelo Unicef nesta semana mostrou que a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a grande motivadora para a melhoria do ensino. Foram analisados 26 municípios em todo o país que tiveram crescimento significativo no índice entre 2005 e 2007. Gestores, professores e estudantes apontaram o desempenho de 2005 como desencadeador do progresso. No Paraná, a cidade de Peabiru, na Região Central do estado, foi a selecionada. O Ideb passou de 3,4 para 5,1.
Não houve solução miraculosa nas cidades analisadas. Nenhuma teve um aumento gigantesco no orçamento ou passou a ter aulas ministradas somente por professores doutores. Foi a partir dos resultados de 2005, muitas vezes desfavoráveis aos municípios, que a comunidade educacional passou a se organizar para atingir uma nota melhor. Houve investimento na formação dos professores e, de alguma forma, a escola estava sempre disponível aos alunos, seja por meio do ensino integral ou reforço escolar.
O certo é que nenhuma medida isolada garante a qualidade na educação. O que une as 26 cidades com bom desempenho é o trabalho em rede e a atuação individual com os estudantes. "O estudo mostrou que o Ideb não está sendo visto como uma punição e sim como um grande motivador. Um indicador de aprendizagem nacional pode mobilizar", afirma a coordenadora do programa de educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva.
No ano passado, 80% dos municípios conseguiram alcançar as metas estipuladas para o Ideb, contra 73% no ano anterior. Mas os selecionados pelo estudo do Unicef conseguiram atingir o índice previsto para daqui a cinco anos, em média. "Claro que a educação precisa de mais recursos, mas é preciso gastá-los de forma eficaz. Pode-se ter uma excelente aula embaixo da árvore, ainda assim é preciso infraestrutura, com salas equipadas", diz Maria.
Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), co-autora do estudo, Carlos Eduardo Sanchez, o grande mérito de divulgar essas experiências é mostrar que com planejamento e ação é possível melhorar a educação. "Precisamos fazer bem o básico, que é garantir a permanência das crianças e conhecer as demandas. Não há receita pronta."
Bons exemplos
Com populações variando de menos de 4 mil a 720 mil habitantes, os municípios estudados têm bons exemplos a dar ao restante do país. Palmas, no Tocantins, estabeleceu três modalidades de ensino que garantem a permanência quase integral de todos os meninos e meninas na escola. Na primeira, a criança fica o dia todo no ambiente escolar; na segunda, volta almoçar em casa e, na terceira, tem atividades facultativas no contraturno. Em São João do Sabugi (Rio Grande do Norte), os gestores criaram uma secretaria municipal exclusiva para a educação. Os baianos de Boa Vista do Tupim investiram em encontros mensais de formação continuada.
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