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IFPR forma apenas metade dos alunos

Apenas 6,7% dos alunos do câmpus do IFPR em Campo Largo concluem o curso | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Apenas 6,7% dos alunos do câmpus do IFPR em Campo Largo concluem o curso (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

De cada 100 alunos que ingressam em algum curso do Instituto Federal do Paraná (IFPR), apenas 53 concluem. O dado é uma média do índice de eficiência acadêmica – ou taxa de sucesso – dos 108 cursos técnicos, superiores e de pós-graduação presenciais e a distância oferecidos nos 14 câmpus do instituto. Em algumas unidades, a situação é ainda pior. Em Londrina, por exemplo, a taxa é de 11,5% e, em Irati, 9,7%. O câmpus de Campo Largo tem a pior taxa de sucesso do estado: apenas 6,7% dos alunos concluem o curso. Na outra ponta do ranking, Foz do Iguaçu e Palmas têm quase 90% de eficiência acadêmica.

Voltados para a educação profissional e tecnológica em diferentes modalidades e níveis de ensino, os 38 institutos federais brasileiros passaram por uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) entre agosto de 2011 e abril de 2012.

O diagnóstico apontou problemas infraestruturais, déficit de professores e técnicos, evasão e baixos índices de conclusão. Segundo o relatório, as taxas nacionais de conclusão são de 47% para o médio integrado, 25% para a Licenciatura, 27% para o Bacharelado e 43% para os cursos de tecnólogo. A auditoria indicou a carência de 7.966 professores (quase 20% dos cargos) e de 5.702 técnicos (25% do total).

Contratações

Segundo a assessoria de imprensa do IFPR, o instituto conta hoje com 631 docentes e deve contratar mais 410 professores até o final do ano, o que deve suprir o déficit. Já o número de técnicos administrativos deve mais que dobrar – de 312 para 673 até o fim de 2013. O reitor do IFPR, Irineu Mário Colombo, explica que novos professores são concursados à medida que a demanda aumenta. "Já tenho 1,5 mil vagas à disposição, mas vou concursando conforme preciso. Não posso contratar professor para ficar à toa."

Colombo conta que a taxa de sucesso ideal é de 70%. "Temos de conseguir isso para o final de 2013. Já o índice de eficácia, que é o aluno em sala de aula, precisa ser de 75%. Isso quer dizer que, em uma sala de 40 alunos, precisamos ter 30 frequentando o curso. Hoje, temos 27, 28 alunos."

Segundo o reitor, o baixo índice de Campo Largo está ligado ao desconhecimento da população a respeito dos cursos, já que o câmpus foi implantado recentemente. "O aluno entra em um curso de Informática achando que vai brincar e acaba tendo aula de Matemática Aplicada." Procurado pela reportagem, o diretor-geral do IFPR de Campo Largo, João Cláudio Madureira, não quis se manifestar sobre os dados.

Reitor critica análise do TCU

O reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Irineu Mário Colombo, considera o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) parcial, uma vez que apenas cinco dos 38 institutos nacionais foram ouvidos. "O Paraná não foi ouvido. A amostra é fraca. Alguns institutos tinham defasagem de 10, 15 anos de professores. Se tivessem ouvido o Paraná, teria melhorado o resultado final."

Outra crítica diz respeito à comparação dos institutos com universidades públicas, que selecionam os melhores alunos, por meio de vestibular concorrido. "Nossa missão é a inclusão social; 75% dos nossos alunos são provenientes de cotas sociais. Estamos em cidades onde é preciso alavancar o desenvolvimento."

Por meio de nota, o TCU justificou que a auditoria foi feita a partir de censo com os pró-reitores de Ensino e Pesquisa dos 38 institutos federais, com taxa de resposta de 70%. A pesquisa feita com os professores, por e-mail, obteve 3.719 respostas (17% do universo). Dez institutos tiveram de quatro a seis câmpus visitados, onde foram feitos trabalhos com grupos focais formados por professores, diretores e alunos. Segundo o TCU, a auditoria também considerou pesquisas bibliográficas e documentais e consultas a sistemas informatizados e bases de dados de órgãos oficiais.

Ainda de acordo com a nota, a análise comparativa não se restringiu a universidades públicas, mas a todas as modalidades de ensino superior, público ou privado. Conforme o relatório, a taxa de conclusão de curso de 90% em universidades públicas poderia ser replicada nos institutos federais.

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