O ouvido biônico acompanha a criança com surdez congênita até o fim da vida. O aparelho que processa os sons externos funciona a bateria e exige manutenção constante. A portaria do Ministério da Saúde não define idade limite para o ouvido biônico em crianças, mas, segundo os médicos, quanto antes realizar o implante, melhor é o desenvolvimento. "O ideal é que todos os municípios adotem o teste da orelhinha como política pública para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Com o implante coclear, as pessoas podem levar uma vida praticamente normal", lembra o otorrinolaringologista pediátrico Rodrigo Guimarães Pereira.
A aluna Wendy Terezinha Krawczyk de Matos, de Carambeí, recebeu o implante com 3,8 anos de idade. Hoje, aos 6, ela balbucia as primeiras palavras e já consegue manifestar sentimentos e necessidades. Natascha Douhei, também com 6 anos, passou pela cirurgia quando tinha 3,5 anos. O pai, Estacho Douhei, é um policial militar que virou expert no tema ao vivenciar o problema da filha. Ele conta que ela não fez o teste da orelhinha e que a surdez foi percebida quando a garota tinha 2 anos. "Comecei a perceber que ela era diferente das outras crianças. Levei-a ao médico e a primeira informação que tive era que ela nunca escutaria a minha voz. Fiquei muito chateado e comecei a procurar na internet o que poderia ser feito", afirma Douhei. Hoje, ele distribuiu material informativo sobre o ouvido biônico nas cidades da região de Ponta Grossa. "Quanto antes colocar o aparelho, mais tempo a criança ganha para se adaptar", comenta.