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Rodrigo Chandelier resolveu trancar o curso de Comércio Exterior para apostar em um estágio nos EUA. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Rodrigo Chandelier resolveu trancar o curso de Comércio Exterior para apostar em um estágio nos EUA.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O Brasil é um país de intercambistas: só em 2014, 300 mil deixaram o país para estudar fora. A estimativa é da Business Marketing International (BMI), empresa organizadora do Salão de Estudante, que ocorre nesta terça-feira (15), em Curitiba. Para a edição deste ano, o desafio é encontrar formas de driblar a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano e ao euro.

Congelamento do dólar, parcelamento, linhas de crédito e isenção de taxas são algumas das estratégias adotadas pelas agências de intercâmbio que vão expor no salão, para atrair o bolso dos intercambistas. As promoções variam de empresa para empresa, explica a gerente de marketing do evento, Fernanda Lins Benielli.

Salão do Estudante

Nesta terça-feira (15), das 15 h às 20 h, no Four Points by Sheraton (Av. 7 de Setembro, 4.211 - Batel).

Detalhes: www.salaodoestudante.com.br

A feira conta ainda com uma programação de palestras. Representantes dos Estados Unidos, Argentina, Portugal e Reino Unido dicas para quem quer estudar em algum destes países. Além disso, há um espaço na programação voltado especificamente para quem pretende cursar parte do ensino médio no exterior.

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Uma opção para driblar a alta do dólar é reduzir o tamanho do curso. “Antes as pessoas iam passar seis meses nos Estados Unidos, agora passam dois meses, fazem um curso mais em conta”, explica Fernanda.

Aperto no orçamento garante viagem

Renata Mengelberg chegou na semana passada para uma jornada de seis meses nos Estados Unidos. Mas foi por pouco que ela não teve que desistir. A estudante de Comunicação Social conseguiu a vaga na Methodist University, na Carolina do Norte pelo programa de mobilidade acadêmica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que não cobre os custos com moradia e alimentação. “Eu planejo essa viagem desde o final de 2014, quando o dólar custava quase metade do que custa agora. Então eu esperava gastar bem menos do que vou acabar gastando. Se não fosse a ajuda de alguns familiares, provavelmente não estaria aqui”, conta a estudante.

Com um aperto, ela e sua família fizeram caber no orçamento. A solução foi cortar a parte turística da viagem. “A ideia inicial era de uns amigos e familiares me encontrarem aqui pra viajarmos, mas com o dólar em alta, ninguém pode arcar com os custos”.

Para os cursos de aperfeiçoamento da língua inglesa, uma opção é procurar outros países que tem o inglês como língua materna. Canadá, Austrália, Malta e África do Sul são opções. Além disso, destinos exóticos (como o Oriente Médio) são uma alternativa cambial.

“As pessoas começam a ser um pouco mais realistas. Deixam de fazer uma coisa grandiosa, fazem cursos menores”, analisa Maura Leão, presidente da Belta, associação que congrega instituições de intercâmbio de todo o Brasil.

Maura detecta uma mudança no perfil dos cursos preferidos pelos brasileiros. O número de jovens que fazem a graduação completa no exterior, por exemplo, aumentou. “Estudar fora é um mercado que tem sido impulsionado pelo desejo das famílias de mandar os filhos para fora”, explica.

Além disso, a procura por cursos de idioma especializados (voltados para uma profissão específica, por exemplo) aumentou quase 20%, entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a associação.

Carreira

A alta pode estar relacionada a uma busca por um maior investimento na carreira. É o que fez Rodrigo Chandelier, que resolveu trancar o curso de Comércio Exterior – a seis meses da formatura – para apostar em um intercâmbio profissional, nos Estados Unidos.

Ele vai para a cidade de Wheaton, nos arredores de Chicago, para trabalhar com agenciamento de cargas, mesma atividade que já desenvolvia no Brasil. A pior parte foi a variação do dólar de quando ele fechou o pacote – meados de março – até agora. “É um pouco caro, mas ainda bem que tenho condições de ir, então espero que a experiência compense”. É a aposta.

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Moeda, país e agência podem fazer a diferença na hora de escolher o intercâmbio na época de dificuldades econômicas

Câmbio

O dólar americano e o euro estão caros? Procure países em que a moeda não esteja tão valorizada em relação ao real.

Tempo

Troque aquele curso de idiomas de seis meses por um similar, de 30 dias. Reduzir o tempo do intercâmbio é uma alternativa, em especial para quem faz questão de ir para uma instituição ou país onde o real vale pouco.

Destinos caseiros

Argentina, Uruguai, Chile. Países da América do Sul possuem boas alternativas de escolas e universidades. Além de possibilitar o aprendizado de espanhol, são países mais baratos de se viver do que os EUA e a Europa.

Destinos exóticos

Muitos países paises da Ásia, África e Oriente Médio, por exemplo, contam com instituições milenares e tradição de conhecimento em diversas áreas. São destinos pouco procurados pelos brasileiros, mas que podem ser uma opção mais barata e rica culturalmente.

Agências certificadas

Agências de intercâmbio reconhecidas pelo mercado podem ajudar na hora de escolher um intercâmbio de qualidade, para evitar jogar dinheiro fora em cursos mal estruturados.

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