Sentadas ao redor do contador de histórias, crianças com idade entre 6 e 12 anos embarcam nas viagens propostas pelos livros e conhecem mundos imaginários de contos brasileiros. É com uma boa interpretação, alguns adereços, recitação de adivinhas, trava-línguas e outras brincadeiras populares que os narradores prendem a atenção dos pequenos e despertam o interesse pela leitura.Assim funciona o projeto Histórias à Brasileira, da Associação Malasartes, conduzido pelos atores Vinícius Mazzon e Michelle Peixoto. "Depois das apresentações, os olhos dos meninos veem os livros da mesma forma que uma bola. É assim que pensamos os livros para as crianças: brinquedos prazerosos que podem abrir janelas para um novo mundo", diz Mazzon.
De acordo com ele, o projeto integra a narração oral ao incentivo à leitura. Mazzon conta que a literatura infantojuvenil brasileira tem tudo para encantar, mas é preciso que um adulto faça o "meio de campo" e apresente-a para as crianças de forma adequada. "Realizamos as contações de histórias de forma lúdica e encantadora para que o público fique curioso para saber mais e conhecer outras histórias", conta.
Nacionalismo
Os contos trabalhados contemplam a cultura do país e a mistura de povos que deu origem ao povo brasileiro. "Uma criança que cresce cuidando e alimentando seu universo subjetivo certamente será um adulto mais capaz de entender a si mesmo e a seus iguais, de encontrar seu espaço dentro da sociedade e de trabalhar com seus pares para aperfeiçoá-la", diz Mazzon.
O projeto é patrocinado pelos Correios e passa por escolas da rede pública municipal de Rio Branco do Sul, Itaperuçu e Cerro Azul, na região do Vale do Ribeira. Ao todo, são 74 sessões de contação de histórias para aproximadamente 3,6 mil alunos, além das oficinas voltadas aos educadores. As cidades envolvidas fazem parte dos Territórios da Cidadania, programa do governo federal que identifica regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e realiza ações de cidadania e melhoria das condições sociais.
Conforme um levantamento da Unesco feito em 52 países, o Brasil tem um dos piores índices de leitura e compreensão de textos, ocupando a 47.ª posição. O projeto Histórias à Brasileira tenta melhorar esse índice. O resultado é a longo prazo, mas "há alguns sinais que já podemos identificar de que a semente caiu em bom solo. Em muitas escolas ouvimos a pergunta: Quando vocês vão voltar?", comemora Mazzon.
>>>Confira uma das aulas do projeto Histórias à Brasileira:
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