Quem disse que criança de 1º ano não entende os "assuntos sérios" do jornal? Esse foi o desafio tomado pela professora Marcia Milsted Igreja, que leciona na Escola Municipal Lucidio Florêncio Ribeiro, em Campina Grande do Sul. Márcia utiliza as diferentes mídias como recurso em suas aulas de alfabetização. Ela conta que, no início do ano, encaminhou uma pesquisa para a casa dos alunos, para que pais e familiares relatassem sobre seus costumes de leitura. As respostas revelaram que poucos tinham acesso ao jornal ou por condições financeiras, ou por falta de hábito. No entanto, 99% das famílias indicaram que considerava a leitura do periódico fundamental para educação de seus filhos. Desta maneira, Márcia criou uma atividade lúdica: cada estudante leva um diário para casa, acompanhado de um boneco representando o mascote do projeto Ler e Pensar, o Gazetito. Com o passar dos dias, a família alimenta o mascote com muita leitura e informação. No diário, os familiares são convidados a manifestar sua opinião sobre a atividade e também sobre o que leram. Mas esse foi apenas o passo inicial para o desenvolvimento de diversas práticas envolvendo conteúdo escolar.
Imagens e caça-palavras
Em fase de letramento, a leitura de imagens e a composição das palavras são etapas obrigatórias. Assim, os alunos de Márcia exploram amplamente as fotos do jornal; já para trabalhar a escrita, após ler e discutir as notícias, a turma responde a caça-palavras e utiliza o alfabeto móvel para compor palavras em um mural sobre a interpretação realizada. Atividades que reforçam alfabetização como prática social contextualizada.
Classificados
Após a leitura coletiva do caderno, cada aluno cria seu próprio Classificado, com desenho e outras informações como valor e contatos. Márcia conta que o mais interessante é observar a evolução na compreensão da função do próprio caderno ou seja, a construção do conceito de mercado.
Pérolas da leitura
"Eu acho importante a literatura porque ela nos deixa informados e ajuda no nosso aprendizado", escreve o aluno do 1º ano Leonardo Bueno de Castilho dos Santos, em letras garrafais, abaixo de um texto de Cristovão Tezza.
"Achei muito boa a notícia porque ela nos informa o que acontece com as pessoas que saem do Brasil para trabalhar para fora do Brasil", escreve Bruno Henrique Vilhalva de Paula, ao lado de uma nota sobre artistas que trabalham no exterior, publicada no caderno Mundo.
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