Em conversas com funcionários de faculdades, muitos CEOs, políticos e ativistas raciais, não demora muito para as palavras mágicas “diversidade” e “inclusão” saírem de seus lábios.
As minorias raciais são os alvos preferidos dessa generosidade sociológica, mas as mulheres também estão incluídas. Essa obsessão pela diversidade e inclusão está no processo de levar a nação a declinar em várias áreas. Descreveu-se como isso acontece na ciência, em um artigo de Heather Mac Donald, pesquisadora do Instituto Manhattan, intitulado “Como a política de identidade está prejudicando as ciências”.
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Mac Donald diz que a política de identidade já tomou as humanidades e ciências sociais nos campi americanos. Esperando nos bastidores por uma tomada similar estão as áreas STEM – ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Aos olhos dos czares de diversidade e inclusão, os campos STEM não têm uma agradável mistura de negros, hispânicos e mulheres. O esforço para obter esta “mistura agradável” está causando grandes danos à forma como a ciência é ensinada e avaliada, ameaçando a inovação e a competitividade americana.
Universidades e outras instituições começaram a diminuir os padrões e exigências para atrair mais minorias e mulheres.
Alguns dos argumentos para isso beiram à insanidade. Uma professora de matemática da Universidade de Illinois escreveu que “a própria matemática opera como a branquitude”. Ela diz que a capacidade de resolver problemas de álgebra e geometria perpetua “privilégios imerecidos” entre os brancos.
Um professor da Escola de Educação em Engenharia da Purdue University publicou um artigo em um jornal acadêmico postulando que o rigor acadêmico é uma “obra suja” que sustenta “privilégio heterossexual masculino branco”, acrescentando que “o próprio conhecimento científico é de gênero, racializado e colonizatório”.
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A National Science Foundation e o National Institutes of Health são duas agências federais que financiam pesquisas universitárias e apoiam a educação de pós-doutorado para médicos. Ambas as agências são consumidas pela ideologia da diversidade e inclusão.
A NSF e o NIH podem cortar uma verba quando ela for renovada se a faculdade não tiver apoiado um número suficiente de “minorias com baixa representatividade”.
Mac Donald cita um cientista da UCLA que relata: “Em todo o país, a grande questão agora em STEM é: como podemos promover mais mulheres e minorias ‘mudando’ (isto é, diminuindo) os requisitos previamente definidos para o nível de pós-graduação?”.
Mac Donald observa: “A solução matemática de problemas está sendo menosprezada em favor de projetos em grupos mais qualitativos; o ritmo da graduação em física está diminuindo para que ninguém fique para trás”.
Concentrar-se na resolução de problemas matemáticos e no rigor acadêmico, pelo menos para estudantes negros no nível universitário, é atrasado e secundário. A Avaliação Nacional do Progresso Educacional, de 2017, também conhecida como o boletim nacional, informou que apenas 17% dos estudantes negros foram proficientes ou superiores em leitura, e apenas 7% alcançaram pelo menos um nível proficiente em matemática. Em algumas escolas de ensino médio predominantemente negras, sequer um único estudante negro obteve proficiência em matemática.
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Progresso científico
Os intrometidos acadêmicos e federais de diversidade em STEM devem se concentrar na destruição acadêmica de jovens negros entre o jardim de infância e a 12ª série e a concessão de diplomas escolares fraudulentos. Os negros não devem se permitir serem usados no meio universitário para ajudar os progressistas brancos a se sentirem melhor consigo mesmos e manterem seu dinheiro de subsídio federal.
Mac Donald responde à questão de saber se o progresso científico depende da diversidade. Ela diz: “De alguma forma, cientistas da National Science Foundation conseguiram acumular mais de 200 Prêmios Nobel antes que a agência percebesse que o progresso científico depende da diversidade. Esses cientistas ‘não diversos’ descobriram as partículas fundamentais da matéria e desvendaram a genética dos vírus”.
Ela poderia ter acrescentado que não havia diversidade sequer entre os premiados brancos do Nobel. Os judeus não representam mais do que 3% da população dos EUA, mas são 35% dos ganhadores norte-americanos do Prêmio Nobel.
É possível questionar o que os czares de diversidade e inclusão poderiam propor para promover a diversidade étnica entre os ganhadores do Prêmio Nobel.
* Walter E. Williams é colunista no The Daily Signal e professor de Economia na George Mason University.
©2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
Tradução: Andressa Muniz