A pandemia do novo coronavírus fez mudar a forma de ensinar e aprender. Por isso, o projeto Ler e Pensar, iniciativa da Gazeta do Povo e do Instituto GRPCom, promoveu, nesta terça-feira (28), Dia Mundial da educação, uma palestra online sobre os novos caminhos da educação durante e após a Covid-19. Assista abaixo.
Cerca 200 professores participaram da transmissão feita pelo canal do instituto no YouTube. O professor José Motta Filho orientou os educadores sobre novos formatos de aula, apresentou ferramentas para atrair os alunos nesse período em que as escolas continuam com as portas fechadas. Além disso, o pesquisador abordou ainda as principais dificuldades que as redes de ensino têm enfrentado diante da pandemia e o que mudará depois dela.
Motta Filho apontou quais serão essas mudanças, as tendências para o futuro, e o que a utilização das ferramentas digitais têm ensinado para os profissionais da educação. As dicas do palestrante para trabalhar com o público de até 10 anos, que pertence à geração Alfa, são basicamente priorizar as ferramentas digitais, que a maior parte das escolas privadas já utilizam, mas que ainda são um grande desafio para as escolas públicas.
Mesmo assim, essas instituições não ficam fora do emaranhado de dúvidas que surgiram com a suspensão das aulas em todo o país. "Precisamos urgentemente olhar para fora dos muros das escolas e universidades. Tem escola que está com planejamento truncado, precisamos dar uma alindada nisso. É possível, juntos, encontrarmos boas soluções", afirmou.
De acordo com o professor, a comunicação é importantíssima nesse período. "É necessário uma comunicação clara entre alunos e professores. Preciso ter um olhar mais abrangente para uma escola com vários segmentos de ensino".
Conteúdo e organização
Para ele, na ânsia de entregar o conteúdo, alguns professores tentam reproduzir ao vivo na sua casa uma aula de 45 minutos, algo que não funciona mais atualmente. "Quebre esse conteúdo em varias fatias. Temos que condensar esse conteúdo com livros, games, materiais que os alunos gostam, como pintura, desenho entre outros. Não entregue o conteúdo no mesmo formato sempre", sugeriu.
"O lugar do professor não é mais entre o quadro e os alunos, mas entre os alunos. Os alunos precisam ser colaborativos. Dessa maneira, saberão ser empático, trabalhar em equipe, e ganharão outras competências dessa maneira. Não podemos deixar de ser um professor inspirador. Todo dia parecem que brotam soluções tecnológicas", provocou.
O palestrante também fez um alertou aos professores que não estão seguindo as normas do Conselho Nacional de Educação (CNE) para o ensino remoto.
A escola precisa esgotar as possibilidades, encontrar as ferramentas que possui. Quando a pandemia passar, se não fizer quase nada remotamente, terá que repor as 800 horas. Validar as presenças dos alunos e registrar as atividades é primordial nesse momento. Se isso não ocorrer, o ano de 2020 vai invadir o ano letivo de 2021", salientou.
"Pensem como prender o conteúdo. Faça algo diferente e você vai se surpreender. A gente precisa se ajudar nesse momento em que um domina mais alguma coisa e outro outra coisa", orientou o professor.
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