A educação foi o tema discutido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa quinzenal de rádio "Café com o presidente", na manhã desta segunda-feira (11). Ao comentar os benefícios do Programa Universidade para Todos (Prouni), ele destacou como ações promissoras de seu governo a extensão das universidades federais no interior do país, principalmente nas regiões mais pobres.
"Da mesma forma que estamos aumentando os campi, fazemos extensões das universidades federais, estendendo um braço delas para o interior. Já são 31 extensões. Dessa forma, cobrimos todo o território nacional, fazendo com que o nosso jovem tenha oportunidade de estudar", disse Lula, informando que regiões como os vales do Jequitinhonha e do Mucuri terão, em breve, "um braço" da Universidade Federal de Minas Gerais.
Segundo o presidente, o sertão de Pernambuco e o Recôncavo Baiano também contarão com instituições publicas de ensino superior.
Sobre o Prouni, sancionado no mês passado, Lula afirmou que facilitará o acesso da população de baixa renda ao ensino superior. Ele disse que o programa "marca definitivamente um novo patamar de educação no Brasil". O Prouni concede bolsas de estudos parciais e integrais para estudantes de cursos de graduação e cursos seqüenciais de formação específica.
O presidente fez uso de uma frase de efeito para defender o orçamento destinado à área. "Os investimentos em educação não devem ser tratados como gasto e sim como investimento. Não há, na história da humanidade, país que tenha se desenvolvido sem investir em educação. Eu carrego esta convicção comigo", falou.
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) também foi assunto do programa. Lula disse que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria um novo fundo de financiamento para a educação - no lugar do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) - permitirá que mais pessoas tenham acesso à educação pública no país, além de melhorar a formação e o salário dos professores. O Fundeb foi enviado, no mês passado, pelo governo ao Congresso Nacional, onde está em análise.
Diferentemente do Fundef, que destina recursos somente para o ensino fundamental, o Fundeb atenderá aos alunos de toda a educação básica, que abrange os ensinos infantil, fundamental e médio. O fundo, que terá duração de 14 anos (2006-2019), será implantado de forma gradativa nos quatro primeiros anos.
Por meio do Fundeb, lembrou o presidente, será possível beneficiar, no quarto ano de vigência do programa, 48 milhões de alunos, com investimentos públicos anuais de R$ 50 bilhões. Desse total, R$ 4,3 bilhões serão provenientes da União e o restante dos estados e municípios.
"Estamos pulando de R$ 30 bilhões para R$ 50 bilhões de investimentos na educação. E vamos pegar até a formação profissional do jovem, que é para garantir que daqui a dez ou 15 anos tenhamos uma nação mais estruturada do ponto de vista da educação, melhor formada, com mais profissionais, porque é isso que vai levar o Brasil a se transformar num país de primeiro mundo", acrescentou.