Quase a metade dos cerca de 3 mil calouros de 2005 da Universidade Estadual de Londrina (UEL) pertence à famílias de renda inferior a cinco salários mínimos e cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas. Os dados são destaques do Perfil do Aluno 2005, estudo realizado todo ano desde 2001, divulgado nesta quinta-feira pela instituição.
"Essa é uma informação extremamente importante. Vimos que o perfil dos alunos mudou substancialmente", afirma a reitora da UEL, Lygia Pupatto. Uma das explicações, segundo a reitora, seria a implantação do sistema de cotas desde o último concurso. "Na verdade esse processo já vinha sendo construído e agora se potencializou", avalia.
O levantamento pôde ser concluído com base em três características: sócio-econômicas, sócio-educacionais e culturais. De acordo com o estudo, 40,87% (ou perto de 1.200) dos alunos que entraram na UEL em 2005 são de famílias com renda que não ultrapassa cinco salários mínimos (ou R$ 1.500,00) mensais. No levantamento anterior, a taxa registrada foi 10,30% menor.
A maioria desses alunos estuda no turno da noite 56,71%. "São alunos que trabalham de dia para ajudar no sustento da família", comenta Lygia. Entre os 14 mil alunos de graduação da UEL, cerca de 5 mil têm renda familiar de até cinco salários mínimos.
Outro dado destacado pela universidade é quanto aos alunos oriundos de escola pública. Praticamente a metade, 49,92% (quase 1.500) dos estudantes, cursou o ensino médio integralmente em instituições do governo do estado. É o maior índice desde 2001. "O mito de que a universidade pública abriga uma classe privilegiada de alunos está mudando", avalia a reitora.
Veja todos os detalhes sobre o Perfil do Aluno 2005 no site da UEL.
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