A divulgação do filme sobre o filósofo Olavo de Carvalho na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) não tem sido das mais fáceis.
Os cartazes colados pelos organizadores do evento estão sendo arrancados em pouco tempo. Até a noite desta terça, mais de 200 haviam sido retirados por estudantes (e pelo menos uma professora) insatisfeitos com a exibição do filme, que acontecerá na sexta-feira.
“A gente está colando sempre. Eles arrancam, a gente cola novamente”, diz Jefferson Oliveira estudante de filosofia da UFPE. Junto com quatro amigos, ele está à frente do evento – que, além da exibição do filme, incluirá um debate com a presença do diretor do filme, Josias Teófilo. O estoque do grupo é de mais de 500 cartazes (quase todos doados por um apoiador depois que as primeiras peças de divulgação foram arrancadas).
A reação contrária ao filme foi além: um grupo distribuiu panfletos afirmando que a obra celebra a “direita fascista”. Também há ameaças de que o acesso ao auditório será bloqueado e que tomates serão atirados nos participantes do evento.
“Nas universidades, todo mundo que não é de esquerda e chega para fazer qualquer coisa sofre esse tipo de ameaça ou violência”, disse Teófilo à Gazeta do Povo. Embora lamente a perseguição ao filme, ele diz que isso acaba por divulgar ainda mais a obra.
“Eles dizem que nos somos fascistas, como toda a direita, que apoiamos o golpe e que a direita está se expandindo nas universidades. Esta terceira parte é verdade”, afirma o diretor do filme.
O auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, onde acontecerá a exibição do filme, tem capacidade para 210 pessoas. Mais de 250 já haviam confirmado presença na página do evento no Facebook na manhã desta quarta.
Em O Jardim das Aflições, baseado em livro homônimo de Olavo de Carvalho, o próprio filósofo apresenta suas ideias, intercaladas com cenas dele em sua casa e na cidade onde mora, na Virgínia.
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