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Tarcisa Bega, diretora do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPR | Letícia Akemi / Gazeta do Povo
Tarcisa Bega, diretora do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPR| Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo

Greve ofusca eleição para reitor na UFPR

A eleição para Reitor na Universidade Federal do Paraná (UFPR) está mais difícil neste ano por causa da greve dos professores e servidores federais. O pleito, marcado para o dia 4 de setembro, será transferido – provavelmente, para o fim de setembro.

Concorrem ao principal cargo da instituição o atual reitor Zaki Akel Sobrinho e a diretora do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Tarcisa Bega.

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>>> Quais são os principais desafios da UFPR atualmente?

O primeiro é o de enfrentar uma universidade centenária. O que significa isso? Que ela tem o peso da tradição de uma universidade criada em outro momento histórico, no início do século 20. Passados cem anos, o Paraná ocupa o lugar central na economia, porém, com grandes desigualdades sociais. Por isso, o desafio é de trabalhar para a integração e superação das igualdades sociais no estado. Por outro lado, não podemos ser uma universidade regional. É necessário construir um norte acadêmico que nos faça uma das melhores universidades no país. Mesmo assim, nós vemos ainda uma certa timidez administrativa e acadêmica. Esse é o principal desafio da universidade: ter mais ousadia para ter expressão nacional e internacional, para chegar a essa excelência acadêmica. E isso passa pela melhoria em vários aspectos, como na infraestrutura: é preciso captar mais recursos para finalizar o parque de obras que se instalou de forma caótica, nos últimos três anos, na UFPR.

>>> Se eleita, quais serão as suas primeiras medidas?

Nos primeiros seis meses, queremos iniciar uma força-tarefa para fazer a limpeza dos procedimentos administrativos que ainda sofrem de burocracia na universidade. Nós temos de descomplicar, eliminar aquilo que é desnecessário e atrapalha a pesquisa e o desenvolvimento de outras áreas da universidade. Precisamos de mais conversa, de mais participação. Depois, também no início do mandato, vamos fazer uma nova política estudantil, através de audiências públicas. Os temas serão discutidos por todos – estudantes, professores, técnicos e Reitoria.

>>> A senhora tem falado em dar mais importância à cultura em sua campanha. O que isso significa?

Esta universidade, ao criar há mais de 50 anos os grupos artísticos, deu uma contribuição fundamental na formação do gosto artístico e na produção e divulgação da cultura. A UFPR não acompanhou o processo de discussão da dimensão cultural na ciência e tecnologia. Pretendemos abrir uma ampla discussão sobre o significado dessa dimensão no interior da UFPR e alocar, no nosso primeiro orçamento, um porcentual, a ser definido nos primeiros meses de gestão, destinado ao fomento de ações culturais a serem perenizadas para contemplar as trocas culturais entre a comunidade universitária e a sociedade paranaense.

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