Baile de formatura ainda tem o seu espaço
Apesar da oferta de pacotes, é fácil notar que o volume de turmas que faz viagens de formatura no fim da graduação é bem inferior àquelas que o fazem no ensino médio. As empresas ouvidas pela reportagem confirmam que seu principal público alvo é o de adolescentes que estão deixando o chamado terceirão.
Uma das justificativas do fato é a dependência financeira. Normalmente são as famílias que pagam o pacote de viagem e muitos pais não se importam de gastar um pouco mais para garantir o conforto e segurança do filho. Já no ensino superior grande parte dos estudantes já entrou no mercado de trabalho e pensa duas vezes antes de fazer aquela viagem com a turma. Além disso, a vida universitária oferece várias oportunidades de viajar ao longo dos anos, o que pode tornar o baile mais atraente.
O estudante de Medicina na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Mathias Augusto Lima lembra com satisfação da viagem que fez com a turma para Florianópolis, no encerramento do ensino médio, mas ele e os colegas não pensam nessa opção para a formatura na faculdade.
"As viagens já ocorrem naturalmente para eventos do curso, como o Intermed, o MedPraia e o Universipraia", diz o estudante, referindo-se a encontros promovidos por estudantes de Medicina em várias partes do país. Para Mathias uma bela festa com colação e participação da família e de amigos ainda é a melhor opção.
Interatividade
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Viagem ou festa de formatura? A pergunta aparece na vida estudantil de muitos jovens no encerramento dos ciclos de estudo. No fim do ensino fundamental e do ensino médio, aqueles que optam por viajar ainda dependem bastante dos pais e suas aventuras são, quase sempre, cheias de monitores. Mas no caso dos formandos no ensino superior, o que as turmas mais procuram são destinos badalados, cheios de festas e gente jovem.
"É um público que procura por destinos mais descolados, onde podem conhecer gente nova e aproveitar a natureza, principalmente praias", diz Mônica Letícia Gabriel Soares, gerente da MGM Operadora. Seguindo esse critério, Cancún, no México, é disparado o destino preferido, principalmente na época do chamado "Spring Break", período de festas universitárias que vai de 2 a 30 de março e atrai multidões de jovens de todo o mundo, especialmente norte-americanos.
A costa oeste dos Estados Unidos é destino frequentemente procurado pelos universitários de Curitiba, diz a diretora comercial da Abratour, Carla Diaz. Há promoções frequentes para Los Angeles, por exemplo, cidade estratégica para quem quer conhecer as praias do Pacífico, para quem quer fazer compras ou só olhar vitrines em Bervelly Hills ou visitar os estúdios de Hollywood.
Há quem até dispense a badalação para conhecer o máximo possível de destinos. Para esse público uma viagem à Europa é ideal. E não são poucos os que têm esse perfil, segundo conta Mônica Oliveira, gerente comercial da unidade Curitiba da CI Intercâmbios.
"Muitos nos procuram para participar de um Mochilão, programa que possibilita conhecer vários países de forma fácil e bem segura, em viagens feitas de trem", diz. O trajeto e o número de cidades europeias varia muito, dependendo de quanto o grupo pretende investir e do tempo disponível. Os pacotes preveem permanência de nove a 28 noites.
Terras brasileiras
Também há pacotes para quem opta por economizar, mas não abre mão da viagem para marcar a despedida dos colegas. Aqueles que ficam no país e querem praias tendem a procurar Porto Seguro, na Bahia, e Florianópolis, em Santa Catarina.
Já os esportistas e amantes da natureza preferem Bonito, no Mato Grosso do Sul, onde as paisagens e os programas de aventura são especialmente chamativos a jovens universitários. "Em Bonito, há muita diversidade nas atrações, que envolvem trilha, passeios de botes, mergulho etc", diz Mônica Soares.
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