Faz tempo que a Matemática é avaliada como uma matéria difícil e indesejada pela maioria dos estudantes brasileiros. Para superar essa carga negativa, sistemas de ensino complementares procuram diferenciais metodológicos que atraiam e estimulem os alunos a aprenderem e a gostarem da disciplina. Métodos orientais e lúdicos estão entre as opções mais comuns no mercado de reforço escolar.
Embora haja consenso entre os educadores sobre a necessidade de aulas criativas, principalmente com exemplos que contemplem o cotidiano dos alunos, o ensino convencional da Matemática raramente é eficaz para uma turma inteira. É o que explica a professora do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Maria Eugênia de Carvalho. "Em sala, o professor não tem o tempo adequado para dedicar a cada aluno, então, ele atinge os estudantes medianos ou bons. Aqueles que têm mais dificuldade precisam mesmo de um complemento."
Kumon
Maria Eugênia cita o sistema adotado pela rede Kumon como exemplo. Há 35 anos no Brasil, a rede teve sua primeira unidade em Londrina e hoje conta com representantes em todo o país. O método Kumon apresenta-se como um sistema de ensino individualizado, com aulas presenciais, em que cada aluno avança nos conteúdos no seu próprio ritmo, independentemente da turma. O processo permite, por exemplo, que um aluno do 5.º ano do ensino fundamental não se limite a resolver exercícios da sua série, mas avance para conteúdos posteriores. "A característica principal é que o aluno passa a aprender sozinho. Nosso foco é o autodidatismo", diz o coordenador de Matemática da rede, Benedito da Silva.
Outro item valorizado está nos hábitos. Segundo Silva, há o constante estímulo em desenvolver nos alunos o costume do estudo diário, sem sobrecargas. Além dos dois encontros semanais a que todo estudante do Kumon deve comparecer, cada unidade recomenda aos alunos uma rotina com atividades a serem resolvidas em casa.
Tecnologia
Também com foco no acompanhamento individual, a proposta de ensino complementar da rede Ensina Mais mira nos gostos e preferências dos adolescentes para trabalhar conteúdos matemáticos. Embora os encontros sejam presenciais, as aulas são ministradas integralmente na frente do computador e as atividades são resolvidas a partir de músicas, jogos e outros recursos digitais.
"Para os adolescentes, que já nasceram num mundo com internet e redes sociais, a aula, que era vista como uma coisa chata, passa a ser muito legal", conta Rogério Gabriel, presidente do Grupo Prepara, proprietário da rede. Segundo ele, o encanto dos alunos é tanto que há até relatos de crianças que pedem para trocar a natação pelas aulas de Matemática no computador.
As redes de ensino complementar funcionam, geralmente, como franquias. O preço dos serviços varia de acordo com o número de aulas contratadas e a idade dos alunos.
EDUCAÇÃO | 2:01
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