Meninas demonstram agilidade com o soroban em desafio| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Método chinês é mais rápido que a calculadora

Um curioso desafio apresentou, na semana passada, em São José dos Pinhais, a milenar prática do soroban – uma técnica chinesa, popularizada no Japão, que desenvolve raciocínio lógico, memória, concentração e aumenta a capacidade para cálculos mentais. Estudantes do método competiram contra pessoas que usavam calculadoras e o resultado foi uma vitória incontestável dos sorobanistas nos quesitos agilidade e exatidão nas respostas.

Pouco difundido no Brasil, soroban é o instrumento que dá nome à técnica. Trata-se de uma armação de madeira, com peças móveis e marcações que representam unidades numéricas – parecido com um ábaco. Segundo a professora Yoneko Mizuma, que há mais de 30 anos ensina a técnica no país, em pouco tempo os alunos memorizam o posicionamento das peças – essencial para a resolução dos cálculos – e passam a resolver de cabeça operações com grandes números.

Yoneko é a responsável pela vinda do soroban ao país, na década de 1980. Para a exibição, ela partiu da cidade de Bastos (SP) com cerca de 20 alunos experientes no uso do soroban. Entre eles estava a estudante Larissa Yumi Maki, 14 anos, que representará o Brasil em um desafio internacional de cálculo mental que ocorrerá no Japão no fim do ano.

A exibição foi promovida pela SuperCérebro, que promove a técnica do soroban. "Nossa intenção é mostrar que uma técnica simples pode desenvolver competências essenciais para a vida dos alunos", diz o diretor da empresa, Ricardo Lamas. (JDL)

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Faz tempo que a Matemática é avaliada como uma matéria difícil e indesejada pela maioria dos estudantes brasileiros. Para superar essa carga negativa, sistemas de ensino complementares procuram diferenciais metodológicos que atraiam e estimulem os alunos a aprenderem e a gostarem da disciplina. Métodos orientais e lúdicos estão entre as opções mais comuns no mercado de reforço escolar.

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>>Assista: saiba mais sobre o soroban e seus benefícios

Embora haja consenso entre os educadores sobre a necessidade de aulas criativas, principalmente com exemplos que contemplem o cotidiano dos alunos, o ensino convencional da Matemática raramente é eficaz para uma turma inteira. É o que explica a professora do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Maria Eu­­gênia de Car­­va­­lho. "Em sala, o professor não tem o tempo adequado para dedicar a cada aluno, então, ele atinge os estudantes medianos ou bons. Aqueles que têm mais dificuldade precisam mesmo de um complemento."

Kumon

Maria Eugênia cita o sistema adotado pela rede Kumon como exemplo. Há 35 anos no Brasil, a rede teve sua primeira unidade em Londrina e hoje conta com representantes em todo o país. O método Kumon apresenta-se como um sistema de ensino individualizado, com aulas presenciais, em que cada aluno avança nos conteúdos no seu próprio ritmo, independentemente da turma. O processo permite, por exemplo, que um aluno do 5.º ano do ensino fundamental não se limite a resolver exercícios da sua série, mas avance para conteúdos posteriores. "A característica principal é que o aluno passa a aprender sozinho. Nosso foco é o autodidatismo", diz o coordenador de Matemática da rede, Benedito da Silva.

Outro item valorizado está nos hábitos. Segundo Silva, há o constante estímulo em desenvolver nos alunos o costume do estudo diário, sem sobrecargas. Além dos dois encontros semanais a que todo estudante do Kumon deve comparecer, cada unidade recomenda aos alunos uma rotina com atividades a serem resolvidas em casa.

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Tecnologia

Também com foco no acompanhamento individual, a proposta de ensino complementar da rede Ensina Mais mira nos gostos e preferências dos adolescentes para trabalhar conteúdos matemáticos. Embora os encontros sejam presenciais, as aulas são ministradas integralmente na frente do computador e as atividades são resolvidas a partir de músicas, jogos e outros recursos digitais.

"Para os adolescentes, que já nasceram num mundo com internet e redes sociais, a aula, que era vista como uma coisa chata, passa a ser muito legal", conta Rogério Gabriel, presidente do Grupo Prepara, proprietário da rede. Segundo ele, o encanto dos alunos é tanto que há até relatos de crianças que pedem para trocar a natação pelas aulas de Matemática no computador.

As redes de ensino complementar funcionam, geralmente, como franquias. O preço dos serviços varia de acordo com o número de aulas contratadas e a idade dos alunos.

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EDUCAÇÃO | 2:01

Professores e alunos comentam os benefícios do soroban, uma técnica chinesa, popularizada no Japão, que desenvolve raciocínio lógico, memória, concentração e aumenta a capacidade para cálculos mentais.