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Um material didático utilizado em sala de aula no ensino médio da rede escolar em La Quinta, Califórnia (EUA), é alvo de investigação após questionamentos dos pais e da comunidade acadêmica. Por meio de perguntas feitas aos próprios estudantes, os textos afirmam que homens, brancos, heterossexuais e cristãos seriam automaticamente privilegiados. O enfoque tem causado, de acordo com os pais, discriminação entre os alunos contra estudantes com essas características, sendo ou não privilegiados social ou economicamente.
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A polêmica começou após Celeste Fiehler, mãe de um estudante do 9º ano do ensino fundamental, postar uma série de imagens dos planos de uma aula de inglês em um perfil de pais no Facebook. O conteúdo defende a tese de que se aqueles alunos, com um determinado perfil, podem ir com facilidade à faculdade, usar banheiros públicos, celebrar festas religiosas seria pelo único motivo de fazerem parte de uma classe, terem uma determinada raça ou orientação sexual. A mãe afirmou ainda que os alunos haviam sido proibidos de levar celular para a sala de aula. “Pergunto: por que os alunos não podiam registrar essa aula?”, escreveu.
“Verifique seu privilégio”
Os conteúdos parecem ter sido retirados de uma campanha de 2014 do Centro Intercultural da Universidade de São Francisco. A campanha “Check Your Privilege” definiu privilégio como “acesso não conquistado ao poder social baseado na participação em um grupo social dominante”. O objetivo declarado da campanha era ensinar alunos, professores e funcionários da universidade sobre privilégios e “incentivar o uso do privilégio para defender os outros”.
“Esses conteúdos reduzem os seres humanos a etiquetas colocadas artificialmente que dificilmente refletem a complexa história do que uma criança viveu. O que é mais irônico é que esses pôsteres negam toda a filosofia deles mesmos, de honrar a ‘experiência vivida’ de uma pessoa, o argumento principal dessas pessoas ao falar de conceitos como diversidade, equidade e inclusão. Tudo o que fazem, na verdade, é apagar os seres humanos e reduzi-los a rótulos”, afirmou Asra Nomani, vice-presidente de estratégia e investigações da organização Parents Defending Education, ao jornal The Daily Signal. “Uma criança que cresce com a expectativa da faculdade não deve ser envergonhada”, continuou Nomani. “Uma criança que cresce heterossexual não deve sentir que está carregando algum tipo de privilégio.”