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revolução na pedagogia

MEC estuda “Exame de Ordem” para professor no futuro

Foco do MEC é melhorar a qualidade dos professores | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Foco do MEC é melhorar a qualidade dos professores (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

O currículo das universidades de Pedagogia e dos cursos de formação continuada de professores precisa ser urgentemente reformulado para que os docentes, de fato, estejam preparados para dar melhores aulas para os seus alunos. Convencidos disso, técnicos do Ministério da Educação divulgaram, nesta quinta-feira (13), um documento com uma proposta para as competências mínimas necessárias que os professores deveriam ter para dar aulas na educação básica. Antes de entrar em vigor, o documento tem que ser analisado e aprovado pelo Conselho Nacional de Educação.

O texto, chamado de “Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica”, seria o primeiro passo para criar no futuro uma espécie de “Exame de Ordem” para professores. Ou seja, da mesma forma como os bacharéis de Direito passam por uma avaliação antes de advogar, para ser professor os egressos das faculdades de Pedagogia passariam por provas para medir a sua eficiência como docente e talvez por uma espécie de “Sisu docente” para dar aulas na rede pública.

Para justificar essa medida, os técnicos do MEC trouxeram dados internacionais, como da “Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, que mostram que o professor é o que tem mais peso na determinação do desempenho dos alunos.

O diagnóstico do MEC é que hoje, no Brasil, a formação dada aos professores é de baixa qualidade ou distante dos desafios da sala de aula. Os currículos das faculdades de Pedagogia são muito teóricos, com pouca prática em sala de aula. As residências pedagógicas existem, mas não são claros os parâmetros mínimos do que deve ser exigido dos futuros professores.

Melhores alunos e universidade transformada

Não é de hoje que a qualidade dos professores preocupa. Um dos últimos levantamentos feito sobre os calouros dos cursos de Pedagogia mostrou que a carreira atrai a cada ano mais estudantes de escolas fracas e com desempenho ruim no ensino médio – o contrário do que ocorre nos países desenvolvidos. Isso se deve, especialmente, pela precariedade da carreira, baixos salários e pouca infraestrutura disponível.

Além de ser uma profissão pouco atrativa, os currículo utilizados nos cursos superiores de Pedagogia não têm sido eficazes para formar melhores professores.

“A Finlândia só conseguiu transformar a educação por meio de um processo de mudanças na universidade, há quarenta anos, mas foi uma guerra com a universidade. Porque eles decidiram tornar a formação de professores mais profissionalizante”, explicou Claudia Costin, atual diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial.

Costin compara a formação dos professores no Brasil àquela dada aos médicos. “Na Medicina existem protocolos para tratar doenças e técnicas para determinadas situações”, diz. “Em educação, nem existem protocolos e há certo preconceito com técnicas. Mas alfabetizar, por exemplo, é um fazer bastante complexo, que demandaria um professor bastante experimentado e capacitado para alfabetizar. Demanda procedimentos específicos e eles têm que ser ensinados na universidade e aperfeiçoados com a prática”.

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