O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), pretende criar um sistema em que os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possam comunicar com antecedência se pretendem faltar no dia da prova. O objetivo é diminuir o índice de ausências e reduzir gastos com a preparação da prova. Neste ano, mais de 2 milhões de inscritos não fizeram o exame, quase um terço do total.
A ideia não é instituir uma confirmação de inscrição, o que tornaria o processo mais complexo. Mas, sim, poder antecipar ausências previstas e evitar impressões de provas, cartões de convocação, formação de salas e contratação de equipe. O presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, diz que o número de ausências preocupa. "Queremos um Enem inclusivo, mas 29% de ausência chama a atenção e é um custo para o Brasil", avalia. "Temos de fazer um trabalho de conscientização."
Com base no custo por inscrito, calculado pelo Inep após o fechamento dos 7,1 milhões de inscrições, o gasto com os faltosos é de R$ 103 milhões. Costa defende, porém, que esse prejuízo não deve passar de R$ 60 milhões. "As redações desses faltosos não serão corrigidas, o que reduz o gasto. Há um custo de operação, de rotas, que não tem alteração."
A taxa de abstenção cresceu em relação a 2012, quando 1,6 milhão de inscritos (27,9%) faltaram. Em 2011, foram 26,4%. O Inep já sabe que, em 2012, praticamente dois terços dos faltosos eram inscritos com isenção de taxa o instituto não divulgou o estudo sobre o assunto. Costa diz que, por questões legais, há impedimentos para sanções a faltosos não pagantes uma vez que, caso haja comprovação de carência, existe a garantia da isenção. Também por esse motivo, o Inep não teria criado um mecanismo para a edição deste ano, como era o plano no ano passado. "A solução não é simples", explica. Os estudantes concluintes de escola pública estão livres da taxa.