Na manhã desta quinta-feira (15), o Ministério da Educação (MEC) lançou um guia explicativo para a Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída em abril, e anunciou a 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe), evento científico para consolidar a alfabetização como foco prioritário do governo.
A cartilha, fundamentada em evidências científicas, contesta o que geralmente é ensinado nas faculdades de Pedagogia do País. Os métodos fônicos, afirma o documento, são necessários para alfabetizar, e outras abordagens que desprezam esses processos não são eficazes, como o construtivismo, por exemplo.
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Leia aqui a íntegra da cartilha.
Segundo o secretário da pasta de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, a cartilha, de 54 páginas, disponível de forma eletrônica, esclarece e aprofunda o conteúdo exposto na PNA.
"O presidente da república escolheu como um dos principais focos da educação básica ajudar estados e municípios a vencer a imoral condição de gerar analfabetos dentro das escolas, o que afeta, sobretudo, as crianças de famílias mais pobres", disse Nadalim.
O documento lançado hoje reúne importantes relatórios científicos internacionais baseados, sobretudo, em ciências cognitivas, especialmente na ciência cognitiva da leitura. O guia explicativo é destinado a estados e municípios, professores e alunos do ensino fundamental, pais e responsáveis.
Frente a índices ruins, a secretaria de Alfabetização pretende "inserir o Brasil no rol de países que escolheram a ciência como fundamento na elaboração de suas políticas públicas de alfabetização".
"O trabalho se inspira no que é realizado em países que aumentaram seus indicadores educacionais, como Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos, França e Portugal", diz o MEC.
Nuno Crato, ex-ministro da Educação de Portugal, foi convidado ao evento para falar sobre os resultados obtidos pelo país europeu na área. “Introduzimos o Inglês como disciplina obrigatória ao longo de sete anos escolares consecutivos. Ultrapassamos a Finlândia no aprendizado de matemática do 4º ano e conseguimos que indicativos maiores e menores subissem juntos”, disse Crato.
Segundo o ex-ministro, "pobreza não é fatalidade", e o mais importante para se mudar o quadro do Brasil é ter um currículo estruturado, sequencial e exigente.
Atualmente, no Brasil, segundo dados do Inep, quase 60% dos alunos concluintes do 3º ano do ensino fundamental estão em níveis insuficientes de leitura, 33% em níveis insuficientes de escrita e 54% têm insuficiência em matemática.
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