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MEC suspende vestibular de 68 cursos no Brasil; PR tem duas graduações com conceito 1

O vestibular está suspenso para 68 cursos no país nas áreas de ciências exatas, licenciaturas e afins, informou o Ministério da Educação (MEC) nesta sexta-feira (18). As graduações obtiveram, a partir das duas últimas avaliações do MEC, Conceito Preliminar de Curso (CPC) menor do que 3 – índice considerado insatisfatório e a partir do qual o curso é passível de restrições.

Desse total, 45 tiveram evolução muito baixa (da nota 1, em 2011, passou para 2, no ano passado) e ainda podem reverter a medida cautelar após uma avaliação in loco feita pelo MEC e a assinatura de um protocolo de compromisso em implementar melhorias. Nas outras 23, não há essa possibilidade. O MEC não quis informar quais são as graduações que terão os processos seletivos suspensos; segundo a pasta, a informação será divulgada na segunda-feira (21) no Diário Oficial da União.

No Paraná, 50 graduações obtiveram CPC 2 em 2014 e duas apresentaram conceito 1, o menor possível: a licenciatura em Artes Visuais do Instituto Federal do Paraná (IFPR), ofertada em Palmas, e o curso de Sistemas de Informação da Faculdade de São Miguel do Iguaçu. Procurada pela reportagem, a Faculdade de São Miguel do Iguaçu informou que o curso de Sistemas de Informação está em processo de extinção e já não oferta vagas no vestibular há dois anos. A graduação será substituída pelo curso de Engenharia de Software.

A diretora de Ensino Superior e Pós-Graduação do IFPR, Mirele Werneque Jacomel, informou que o curso de Artes Visuais não está na lista de graduações com vestibular suspenso. De acordo com ela, “a pró-reitoria de Ensino não recebeu comunicado oficial do MEC, tampouco da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior informando sobre a suspensão de vestibular para curso ofertado por esta instituição”. O processo seletivo do IFPR já foi realizado e o resultado da seleção deve sair em poucos dias. “Portanto, a oferta do curso de Artes Visuais do IFPR está mantida para 2016”, explica.

Para o ministro Aloizio Mercadante, as “consequências são graves” para os cursos que apresentam CPC menor do que 3, que no Brasil todo somam 756. Pode ser vedado, por exemplo, o aumento de vagas no curso, a realização de novos contratos de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade Para Todos (ProUni) e a utilização do curso como referencial para adesão ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Em 2014, 9.963 cursos foram avaliados no país. Destes, 0,53% tiraram 1 no CPC e 13,75% obtiveram 2. A maior parte das graduações tirou 3 (55,43%); 28,06% dos cursos receberam CPC 4 e 2,23%, CPC 5.

Enade digital

Mercadante anunciou que a pasta começará no ano que vem um projeto piloto de Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) digital. A prova, aplicada aos concluintes da graduação, poderá contar como critério para acesso a cursos de mestrado e doutorado. O objetivo, segundo o ministro, é incentivar os alunos a fazer o Enade, que é um dos componentes de avaliação das instituições.

“No Enem, o aluno chora, tenta pular o portão, porque aquilo é a vida dele. O Enade é a vida da instituição e muitas vezes não há interesse do aluno. Queremos mudar isso”, afirmou Mercadante.

Ele disse que a ideia, ainda sem data prevista, é que o Enade digital possibilite a aplicação da prova para todos os cursos anualmente. Hoje, a cada três anos, um grupo de graduações passa pela avaliação. Mercadante reconhece que o grande obstáculo é ter polos digitais para aplicação do teste no novo modelo. Ele não deu detalhes sobre quantos cursos ou instituições dotarão, já em 2016, o Enade digital.

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