Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Material escolar

MEC terá de repor 1 milhão de livros no PR

O número de livros didáticos que o Ministério da Educação (MEC) terá de enviar às escolas públicas do Paraná para 2009 quase triplicou em relação a 2008 e 2007. Para o próximo período letivo, será necessário mais de 1 milhão de exemplares para suprir a demanda – a quantidade exata só será conhecida no ano que vem. Em 2008 e 2007, foram repostos 430 mil e 386 mil, respectivamente. Os números mostram que as ações de conscientização não são completamente eficientes. Muitas famílias nem sequer sabem o que seus filhos fazem com os livros. Só no Paraná, serão gastos quase R$ 7 milhões para atender os novos alunos e a quantidade de material perdida.

No final do período letivo, o MEC arrecada os livros – que são oferecidos gratuitamente e não comprado pelos pais, como na rede particular – para repassá-los a outros alunos. Na última semana, o Ministério lançou uma campanha para recolher os livros nas escolas públicas. Segundo o MEC, 13% dos livros são perdidos a cada ano em todo o país, ou porque não são devolvidos ou porque estão em péssimo estado.

A cada três anos é feita nova compra de livros, mas nesse meio tempo uma vez por ano os perdidos e danificados são repostos, assim como há envio para compensar o aumento de alunos. Esse gasto chega a 10% do orçamento anual. Em 2009, serão 103 milhões de livros distribuídos para a rede pública.

Roubos e descuido

Na Escola Estadual Professora Izabel Santos Souza, cerca de 30% dos livros são perdidos ao término do ano. Grande parte é por extravio, perda e roubo dos próprios estudantes. De acordo com a diretora Sara Dalri, muitos deles ficam em péssimo estado, principalmente por falta de cuidado dos pais. "É questão de cultura familiar. Os pais deveriam acompanhar a vida escolar dos filhos, mas isso não acontece na maior parte dos casos. Eles não encapam e não monitoram o que as crianças fazem com ele", comenta.

Os alunos contam que muitos livros são roubados por outros estudantes, que entram nas salas na hora do intervalo. "Eles entram aqui e pegam porque não têm. Ficam com eles ou levam para casa", contam os meninos Maicon, Djefferson e Diego, estudantes da 5ª série. Segundo eles, os livros também têm as folhas arrancadas para fazer guerrinha de papel na sala. Rabiscos e pichações são muito freqüentes. Muitos deles ficam sem capas e alguns chegam a ser recortados.

A professora de Ciências da escola, Izabel Schawaski, diz que a redução de livros por depredação dificulta o ensino e prejudica o próprio aluno. "Eu só trabalho com livro. Quando passo tarefa de casa, tenho de dar o prazo de duas semanas para eles fazerem, que é o tempo médio que demoram para emprestar o livro uns dos outros ou da biblioteca."

Sara explica que não tem como cobrar dos pais o material que é estragado pelos alunos, pois muitos deles não teriam como pagar. A escola começa a cobrar do estudante e da família que devolva os livros uma semana antes do fim do ano escolar, mas mesmo assim muitos nunca mais retornam às escolas nem chegam às mãos dos outros alunos.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.