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Ministro da Educação Abraham Weintraub
Abraham Weintraub, ministro da Educação. Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil| Foto: Rafael Carvalho/Divulgação Casa Civil

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que vai cortar verbas de universidades que apresentarem pouco desempenho acadêmico ou por não estarem utilizando bem os recursos recebidos da União, na avaliação do Ministério da Educação (MEC). Três universidades já tiveram 30% do seu orçamento reduzido: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O MEC, em nota, afirmou que “estuda os bloqueios de forma que nenhum programa seja prejudicado e que os recursos sejam utilizados da forma mais eficaz. O Programa de Assistência Estudantil não sofreu impacto em seu orçamento”.

Em entrevista, Weintraub disse que as universidades têm permitido manifestações partidárias inadequadas ao ambiente universitário. “A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo. Entre os eventos que considera bagunça citou grupos de "sem-terra dentro" e "gente pelada" dentro do campus.

Eventos de esquerda na universidade

A UnB tem sido palco constante de eventos de esquerda. Em março, por exemplo, Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência, foi à instituição para organizar uma luta popular contra a reforma da Previdência. Ele também passou pela UFSC.

Na semana passada, a UnB contou com a presença do ex-candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad, que convocou os estudantes a lutarem contra o "governo fascista de Jair Bolsonaro" e fez uma "pedalada" ao citar dados da produção acadêmica no Brasil.

Em 10 de abril, a presidente do PT Gleisi Hoffmann e os deputados federais Erika Kokay e Paulo Pimenta, também petistas, participaram de evento contra a reforma da previdência.

A UFF foi uma das universidades investigadas por propaganda eleitoral ilícita no campus. O caso ainda deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia também: Freixo “ensina” estratégia anti-Bolsonaro para calouros de Universidade Federal

Na Bahia, a UFBA decidiu adotar a política de cotas para transexuais - medida que não está prevista em lei e é questionada por juristas, e pode ter sido um dos fatores que influenciou os cortes.

Repúdio

Após o anúncio do ministro, a Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (ANDES) se pronunciaram em repúdio à medida. As duas entidades, além disso, organizam paralisações na "luta contra o governo".

Para a ADUnB, a ação, "que não atende a qualquer racionalidade administrativa", "atenta contra a dignidade de uma instituição que tem variado entre quinto e oitavo lugar no Brasil pelos mais importantes ranqueamentos internacionais". Confira, aqui, a manifestação.

O ANDES, por sua vez, afirmou, em nota, que o "projeto político-ideológico desenvolvido pelo governo de extrema direita que chegou ao Planalto Central não passará". "Não nos calarão, fascistas não passarão", afirma a associação.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para o ANDES, "têm se empenhado para que o único partido e o único projeto de educação presentes sejam os de seu domínio ideológico, que esbanja conservadorismo e falta de conhecimento sobre processos educativos, propagando ódio e terror" à "educação pública, gratuita, laica". O grupo ainda afirma que "são inúmeras as situações de ataques". Leia a nota.

ANDES

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