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Educação básica

Medir alfabetização ouvindo palpite de painel é populismo do MEC, diz educador

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Quem define o que é alfabetização "não é a "assembleia geral'", diz João Batista Oliveira em crítica ao MEC (Foto: Instituto Alfa e Beto)

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O método empregado pela atual gestão do Ministério da Educação (MEC) para definir o que é um estudante alfabetizado é populista e passa por cima de critérios científicos, de acordo com João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto e doutor em Educação pela Florida State University Gazeta do Povo.

No final de maio, o MEC anunciou os resultados da pesquisa Alfabetiza Brasil. Com base na opinião de um painel de 251 professores, ficaram definidos os parâmetros para dizer o que seria uma criança de 7 anos alfabetizada.

Segundo o MEC, um estudante alfabetizado é aquele que atinge 743 pontos em língua portuguesa na escala de proficiência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Ao atingirem essa média, de acordo com a pasta, os estudantes "leem pequenos textos, formados por períodos curtos e localizam informações na superfície textual", produzem "inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos" e "escrevem, ainda, com desvios ortográficos, textos que circulam na vida cotidiana para fins de uma comunicação simples: convidar, lembrar algo, por exemplo".

João Batista Oliveira diz que o conceito de alfabetização que será empregado pelo MEC atual "não é alfabetização". "Mistura alhos com bugalhos, mistura ler com compreender… A única coisa interessante que o governo Bolsonaro fez nessa área foi um documento formal, baseado nas evidências científicas, na literatura científica e escrito por pessoas competentes, definindo muito bem o que é alfabetização. Este novo governo ignora isso, vira para uma espécie de 'assembleia geral' e pergunta: 'Assembleia geral, povo do Brasil, o que vocês acham que é alfabetização?' É um retrocesso e é um equívoco", comenta. "É uma assembleia geral, quem grita mais, a ONG que paga mais…", ironiza.

Para ele, "quem define essas coisas não é a 'assembleia geral'". "Quem tem autoridade para definir essas coisas é especialista. Especialista é o cara que conhece a literatura. Eles fizeram consulta a pessoas que não estão alfabetizando e que não conhecem a literatura. A prova disso é o que produziram. É o processo errado e é a consulta às pessoas erradas", critica.

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