Promotores do estado de Michigan desistiram na última quarta-feira (31) de um processo iniciado em maio contra um menino de 10 anos acusado de ferir um colega de 9 anos com uma bola, depois de um jogo no pátio da escola.
As crianças estavam jogando um jogo conhecido como “dicas”, em 29 de abril deste ano. Na brincadeira, os participantes jogam uma bola no ar, pulam para pegar o objeto e jogá-lo novamente antes de tocar o chão. Os promotores alegaram que, no final, o jogador de 10 anos de idade lançou a bola em outro, de 9 anos, com intenção de machucar.
A promotora do Condado de Wayne, Kym Worthy, informou em um comunicado que, apesar de a acusação ser “certamente sustentável”, sua equipe foi orientada a rejeitar o caso contra o aluno, que cursa o quarto ano do ensino fundamental.
“Esforços foram feitos para resolver esse assunto antes que se transformasse em uma acusação judicial”, disse Worthy no comunicado. “A mãe da suposta vítima tinha todo o direito de ir às autoridades e as autoridades tinham a obrigação de investigar.”
Em entrevista à WXYZ, emissora de televisão afiliada à ABC Detroit, a mãe da criança que sofreu a lesão disse que o filho ficou com o olho roxo e o nariz machucado. Uma avaliação médica revelou mais tarde uma concussão. A mãe disse ainda que seu filho tem uma condição médica mais sensível e que golpes na cabeça são perigosos para ele. Ela acrescentou também que ele já havia sido atingido duas vezes no rosto com uma bola durante o ano letivo antes do incidente de 29 de abril. Ela relatou a questão à polícia, que a encaminhou aos promotores.
Em defesa do menino de 10 anos, uma campanha online conseguiu arrecadar US$ 15 mil para o pagamento das custas judiciais. Ele foi suspenso da escola por um dia após o incidente, de acordo com a emissora. E então, na quarta-feira passada, sua mãe recebeu uma ligação do sistema judicial juvenil, suspendendo a ação.
“Ainda bem”, disse a mãe do menino de 10 anos. “Meu filho é apenas um garoto que estava brincando no playground com seus amigos.”
Um porta-voz do Distrito Escolar disse em um comunicado que o sistema escolar estava ciente do incidente, mas que não teria conseguido discutir o caso amplamente devido às leis de privacidade estudantil.
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