Entre os municípios brasileiros, apenas 38,9% alcançaram a meta de desempenho na rede pública de ensino prevista, nos seus respectivos estados, no 9º ano do ensino fundamental em 2017. A consequência de uma educação de 6º a 9º ano deficiente reflete no ensino médio: o desempenho no 3º ano do ensino médio ficou estagnado. A constatação foi feita na divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nesta segunda-feira (3), pelo Ministério da Educação.
O Ideb de 2017 cruza as notas de português e matemática obtidas pelos alunos de escolas públicas e particulares com os índices de aprovação. O Brasil tem a meta de chegar a um desempenho médio de 6 em 2021, no 5º ano do ensino fundamental, média dos países membros da OCDE para essa etapa de ensino. O objetivo seria comemorar, nos 200 anos de independência, em 2022, um ensino de melhor qualidade.
A média do Ideb das escolas públicas no Brasil, obtida em 2017, no 9º ano do ensino fundamental foi de 4,4, um pouco acima da registrada em 2015, de 4,2, mas abaixo da meta esperada para 2017, de 4,7.
Os estados com melhores desempenhos no Ideb no 9º ano do ensino fundamental da rede pública, e que estão acima da média nacional (4,4), são Goiás (5,1), Santa Catarina (5), Ceará (4,9), São Paulo (4,9), Rondônia (4,8), Paraná (4,7), Mato Grosso (4,7), Acre (4,6), Mato Grosso do Sul (4,6), Tocantins (4,5) e Minas Gerais (4,5).
A média nacional das escolas particulares no 9º ano do ensino fundamental foi de 6,4, abaixo da meta de 7, mas muito acima das públicas. As melhores médias das escolas privadas, acima do resultado nacional, estão nos estados de Minas Gerais (7), Espírito Santo (6,9), São Paulo (6,8), Paraná (6,7), Rio Grande do Sul (6,7), Santa Catarina (6,6), Rondônia (6,5), Mato Grosso do Sul (6,5), Mato Grosso (6,5), Distrito Federal (6,5), Acre (6,4) e Tocantins (6,4).
O MEC não divulgou o Ideb por escola e nem o desempenho das escolas federais, algumas delas militares, por unidade da federação e no cômputo nacional. No total de municípios, 20 aparecem com redes federais de 6º a 9º ano do ensino fundamental. Essas cidades têm Ideb entre 5,6 e 7,9, 13 cidades com qualidade acima da média das escolas particulares para essa etapa da educação básica.
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Ensino Médio
Estagnada, a rede estadual de ensino médio no Brasil – responsável por 97% das matrículas na rede pública nessa etapa do ensino – repetiu, em 2017, o mesmo desempenho do Ideb registrado em 2015, 3,5. O número está muito aquém da meta prevista, de 4,4.
Aliás, nenhuma unidade da federação alcançou o Ideb de 4,4 na rede estadual de ensino, todos estão abaixo disso. Alguns tiveram redução no Ideb, como São Paulo, de 3,9 em 2015 para 3,8 em 2017; Distrito Federal, de 3,5 para 3,4; Rio de Janeiro, de 3,6 para 3,3, entre outros.
Já as escolas particulares de ensino apresentam índices bem melhores, entre 5 e 6,3. As melhores redes de ensino médio particular estão em Minas Gerais (6,3), Espírito Santo (6,1), Santa Catarina (6), Distrito Federal (6), Piauí (5,9), São Paulo (5,9), Paraná (5,9), Rio Grande do Sul (5,9), Mato Grosso do Sul (5,9) e Tocantins (5,8).
O MEC também não divulgou as notas apenas das escolas federais.
5º do ensino fundamental
Os anos iniciais do ensino fundamental, ao menos, trazem uma boa notícia. Os índices melhoraram, tanto na rede pública quanto na particular.
A média nacional do Ideb de 2017 ficou em 5,8, um pouco abaixo da meta esperada para 2021, de chegar ao índice de 6, desempenho médio dos países membros da OCDE para esta etapa da educação básica.
Oito unidades da federação alcançaram um Ideb no 5º ano fundamental maior ou igual a 6: São Paulo (6,6), Paraná (6,5), Santa Catarina (6,5), Minas Gerais (6,5), Distrito Federal (6,3), Espírito Santo (6), Ceará (6,2) e Goiás (6,1).
Na rede pública, todos cumpriram as metas previstas com exceção de quatro estados, Sergipe, Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Na rede particular , as notas do Ideb, para esta etapa da educação, nos estados varia entre 6,4 e 8.