Reajuste definido por escolas da região é considerado abusivo por pais de alunos| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

O índice de reajuste das mensalidades das instituições de ensino particulares da região Noroeste do Paraná irá variar entre 7% e 14% no próximo ano letivo, de acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Maringá (Sinepe). O índice é mais que o dobro da inflação (6%) constatada nos últimos 12 meses no país pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o vice-presidente do Sinepe, José Carlos Barbieri, o reajuste é definido por cada instituição de ensino. "Isso depende, especialmente, do valor de investimento realizado pela escola. Tem aquelas que estão investindo na qualificação dos docentes, outras, na própria estrutura da escola e isso interfere diretamente no reajuste."

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O índice foi verificado entre as cerca de 350 instituições particulares dos 114 municípios da região atendidas pelo Sinepe. Barbieri explica que o custo com a folha de pagamento dos funcionários, incluindo professores, representa 50% dos gastos das instituições de ensino superior e 35% das instituições de ensino fundamental e médio.

As demais despesas seriam de outros custos fixos das instituições, como água, luz, energia e material, além de gastos esporádicos, como investimentos em infraestrutura.

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Para os pais, aumento é abusivo

Para os pais ouvidos pela Gazeta Maringá, o índice de reajuste é abusivo. A publicitária Elaine Junqueira, mãe de dois filhos em idade escolar, lembra que a taxa aumenta a cada ano. "No ano passado, paguei um reajuste de 5,5%. Neste ano, a escola ainda não nos informou qual será o índice, mas eu tenho até medo."

Elaine pontua que, além do reajuste ser mais alto que a inflação, o reajuste salarial da maioria da população não acompanha o que é estipulado pelas escolas. "Não tem jeito. Para garantirmos um ensino de qualidade aos nossos filhos temos que, cada vez mais, cortar outros gastos."

Para a advogada e também mãe de dois filhos, Luciene Teider, os aumentos anuais não são perceptíveis em investimentos nas escolas. "Eles justificam que isso é necessário para pagar os salários dos professores e funcionários, mas a gente sabe que o salário desses profissionais é muito inferior ao que deveria ser. Então, acho injustificável."

Elaine Junqueira defende que não se sustenta a justificativa das instituições de ensino de que o reajuste é necessário por conta de investimentos. "A estrutura do colégio já está consolidada. A qualidade dos professores é outro diferencial quando optamos pela escola. Então, como entender este ‘novo’ investimento?", questiona.

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